simbolo da usd coin USDC em chamas

A maior corretora de criptomoedas dos EUA, Coinbase, queimou nas últimas 24 horas o equivalente a US$ 4,7 bilhões em USD Coin (USDC), uma stablecoin lastreada ao dólar americano. Os especialistas da empresa de blockchain PeckShield mostraram as transações de queima no Twitter.

“Queimar” um token é enviá-lo para um endereço inacessível na blockchain, o que na prática o tira de circulação para sempre.

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No caso descrito aqui, a queima de USDC acontece quando um cliente da corretora vende o USDC que tinha na exchange para sacar os fundos em dinheiro fiduciário.

O evento, portanto, pode sinalizar uma onda de saques, enquanto os investidores reagem à investida de reguladores dos EUA contra Kraken e Paxos, especialmente na oferta de staking de criptomoedas para investidores de varejo.

Embora o alvo dos reguladores americanos ontem tenha sido a corretora Kraken, que precisou interromper a oferta de staking-as-a-service e pagar uma multa de US$ 30 milhões, a Coinbase também disponibiliza staking na sua plataforma.

Staking é quando usuários travam criptomoedas em redes baseadas no consenso proof-of-stake (PoS), como Ethereum e Polkadot, para protegê-las e ganhar recompensas na forma de novos tokens emitidos. 

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Esse serviço é facilitado por corretoras, que fazem a ponte entre o investidor e a rede. Porém, agora os reguladores determinaram que nos EUA, “quem oferecer contratos de investimento em troca de tokens de investidores, precisa fornecer as devidas divulgações e salvaguardas exigidas por nossas leis de valores mobiliários”.

Não é possível afirmar que a queima dos US$ 4,7 bilhões em USDC feita ontem seja reflexo apenas de saques de investidores. Segundo o perfil @ScopeProtocol, assim como essa quantidade de criptomoedas deixaram os caixas da corretora, depósitos que somam um valor similar também foram feitos na quinta-feira.

Restrição pode respingar na Coinbase?

Um dia antes da SEC aplicar a multa na Kraken, na quarta-feira (8), o CEO da Coinbase, Brian Armstrong, já havia falado no Twitter que tinha ouvido rumores de que os reguladores queriam proibir investidores de varejo de se envolver em staking.

Sua reação foi negativa e ele afirmou que esse seria “um caminho terrível para os EUA”.  

“Staking é uma inovação muito importante em cripto. Permite que os usuários participem diretamente da execução de redes criptográficas abertas. O staking traz muitas melhorias positivas para o espaço, incluindo escalabilidade, maior segurança e pegadas de carbono reduzidas”, argumentou, enfatizando que “staking não é um valor mobiliário”.

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Armstrong continuou dizendo que a regulamentação por imposição não funciona, e acaba incentivando que empresas deixem o país e abram operações offshore, como fez a FTX e tantas outras empresas cripto cujos fundadores são norte-americanos.

O CEO da Coinbase tem motivos para se preocupar com a possível restrição de ofertar staking para os clientes dos EUA, já que esse serviço traz um impacto positivo para a receita da empresa.

Os lucros obtidos pela Coinbase através do serviço de staking representava 10,63% da receita da empresa no terceiro trimestre de 2022. Dados do Blockworks baseados em reports da Coinbase para a SEC mostram que, enquanto outras fontes de receita caiam, como taxas de negociação, o staking estava em crescimento constante a cada trimestre.

Fontes de receita da Coinbase desde 2020
Fontes de receita da Coinbase desde 2020 (Fonte: Blockworks)
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