Análise: Bitcoins minerados em 2009 provavelmente não são de Satoshi Nakamoto
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Duas fabricantes chinesas de equipamentos de mineração de bitcoins vão testar o apetite dos investidores internacionais por criptoativos. E a meta é ousada: arrecadar cerca de US$ 1 bilhão cada uma, segundo o jornal The New York Times com informações da Reuters.

A Canaan Creative espera conseguir esse montante por meio de uma IPO (Oferta Pública Inicial, na sigla em inglês) de ações na Bolsa de Valores de Hong Kong. Caso seja bem-sucedida, será nada menos que a maior IPO da história com criptomoedas.

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Já a Zhejiang Ebang Communication tenta obter esse investimento também em Hong Kong, mas a partir de floating – uma espécie de adiantamento bancário – junto a consultores.

O cenário pode não parecer muito promissor, já que o preço do bitcoin caiu 35% neste ano e o governo chinês busca cada vez mais controle sobre as criptomoedas. Mas o NYT destaca que as empresas que fabricam equipamentos de mineração de bitcoins ainda estão ávidas por capital para financiar o crescimento e atender a demanda.

As máquinas feitas especialmente para mineração de bitcoin são fabricadas com chips especiais que extraem as moedas digitais com mais eficiência do que os chips comuns, feitos por empresas como a Intel.

Estratégia pouco comum

Abrir o capital para buscar investimentos ainda não é uma estratégia comum para empresas que fabricam máquinas para mineração de criptomoedas. O NYT cita exemplos de companhias na Austrália e no Canadá que adotaram postura semelhante, mas nada como a empresa chinesa.

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A própria IPO da Canaan ainda precisa ser avaliada, já que a meta de US$ 1 bilhão é nada menos que o dobro do valor de mercado da companhia. Entretanto, segundo o NYT, ela contaria com parceiros poderosos para essa empreitada, como Credit Suisse, CMB International, Deutsche Bank e Morgan Stanley.

Fugindo do cerco

Os esforços das suas empresas estão concentrados em Hong Kong, já que o governo chinês – a exemplo de outros – tem apertado o cerco contra as moedas digitais.

Em abril passado, a polícia chinesa confiscou 600 equipamentos de mineração de criptomoedas na cidade de Tianjin depois que a companhia de eletricidade local notou um pico de consumo de energia. A polícia supostamente teria chamado o episódio de “maior caso de roubo de energia nos últimos anos”.

Essa postura de Pequim tem levado as empresas chinesas a buscar operações com bitcoin em outros países, como Canadá, Estados Unidos e Islândia.

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Embora Hong Kong pertença à China, a antiga colônia britânica ainda mantém certa autonomia em relação a Pequim – é a chamada política “Um País, Dois Sistemas”, que deve durar pelo menos até 2040.

Questão de eletricidade?

Mesmo com o cerco do governo, a China é um dos principais mercados de câmbio do bitcoin e abriga algumas das maiores fazendas de mineração do mundo. Nelas, aglomerados de supercomputadores geram novos bitcoins e mantém o sistema, conforme destacou a Al Jazeera.

Em geral, esses aparatos são instalados em áreas rurais e próximos de usinas de energia, já que a mineração de criptomoedas demanda grande consumo de eletricidade.

Parte desse aparato tecnológico está na região de Sichuan, que silenciosamente ficou conhecida como “a capital da mineração do bitcoin”.

O governo chinês já cogita limitar o fornecimento de energia para a mineração de bitcoins, conforme noticiou o Portal do Bitcoin em janeiro deste ano. O objetivo, no entanto, seria o mesmo de outros governos: tentar reprimir potenciais riscos associados às criptomoedas, como a lavagem de dinheiro, evasão de divisas e outras implicações junto ao sistema financeiro.

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