Imagem da matéria: CEO da Ripio defende adoção de criptomoeda argentina ao invés da dolarização do país
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Em entrevista concedida ao Portal do Bitcoin nesta semana o empresário argentino Sebastián Serrano, cofundador e CEO da exchange de criptomoedas local Ripio, defendeu uma visão alternativa sobre um tema que está em alta em sua terra natal: ama dolarização da economia na Argentina.

Para Serrano, uma opção mais segura poderia vir da tecnologia blockchain, com a criação de uma “criptomoeda argentina” com regras próprias e mais fortes que as posições políticas de momento na região.

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A ideia de dolarização ganhou força com a ascensão do polêmico candidato à presidência da Argentina, Javier Milei, que também é a favor do Bitcoin. O tema foi inclusive comentado por Roberto Campos Neto, o presidente do Banco Central do Brasil.

Leia também: Conheça as ideias de Javier Milei para a economia da Argentina: “Bitcoin é resposta contra o golpe dos Bancos Centrais”

Peso e dolarização na Argentina

Sobre o plano proposto por Milei, que é a eliminação do peso para a dolarização total da economia no país, Serrano diz que não o vê como uma solução para a complexa situação econômica da Argentina. “Todo país deve ter a sua moeda própria, sua própria forma de mensurar o valor de seus ativos para trocas comerciais”, afirma.

Ele admite que atualmente o peso já não permite essa avaliação de forma precisa, o que obriga os argentinos a recorrer a outros ativos como o dólar para obter uma base de cálculo nas transações comerciais.

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No entanto, Serrano defende que “uma unidade econômica que mede o próprio desempenho e riquezas locais é fundamental para a economia de qualquer país”. Por isso, ele diz ser muito importante que o governo tenha capacidade de controlar as variáveis cambiais que afetam a economia.

Sebastián Serrano, CEO da Ripio (Divulgação)

Criptomoeda argentina

Serrano acredita que “é hora de considerar a criação de uma criptomoeda argentina com regras próprias e mais fortes” do que os posicionamentos políticos do governo de ocasião ou mesmo das políticas de momento do banco central local.

“Estou realmente questionando o modelo financeiro atual, que é muito vulnerável a falhas”, disse Serrano, questionando: “Por que não darmos um salto para o futuro e no lugar de dolarizar, criarmos um sistema mais forte baseado em contratos inteligentes que visam fortalecer o país, [e] não ambições de determinado governo ou partido político?”

Criptodólar

Serrano disse que acredita que a própria stablecoin da Ripio, o criptodólar UXD, lançada no início deste mês, poderia ser uma alternativa à dolarização. Contudo, ele disse que sua maior preocupação é que “não ter uma base própria de unidade de valor para ser unidade de conta, meio de pagamento ou reserva de valor, é temerário para qualquer país”.

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Ele acrescenta que essas inseguranças já foram vivenciadas em outras situações na Argentina e que “o argentino vai continuar procurando proteger seu patrimônio com alternativas como as as stablecoins, que não dependem do que um governo decidir e ainda fazem parte de um mercado aberto para operações 24/7”.

Preço do Bitcoin na Argentina

Perguntado sobre como uma dolarização na Argentina impactaria o preço do Bitcoin em pesos no país – uma correlação que recentemente bateu o recorde histórico -, Serrano antecipou que não espera mudanças em grande escala pelo menos até o fim deste ano.

Segundo ele, mudanças desse patamar também dependem de fatores complexos, em especial os macroeconômicos globais, como, por exemplo, decisões relativas à taxa de juros nos EUA. “De toda forma, o BTC continuará sendo visto como uma reserva de valor para os argentinos e sendo cada vez mais adotado”, ressaltou.

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