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Influencer Daniel Scott em frente ao que deveria ser a sede da Blaze (Foto: Twitter/Divulgação)

O investidor anjo e influenciador brasileiro Daniel Scott viajou até Curaçau onde, em tese, estaria a sede do cassino online Blaze, mas não encontrou nada: nem sede, nem escritório, nem funcionários.

No vídeo publicado em seu perfil no Twitter na quarta-feira (03), ele anda pelas ruas do país caribenho e vai até a frente do endereço do cassino que virou febre no Brasil e que hoje patrocina celebridades como Neymar, Felipe Neto e o time de futebol Santos FC.

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Em sua publicação, Scott comenta sobre influenciadores como Felipe Neto promovendo os serviços da Blaze, mas questiona se a empresa é realmente confiável.

É por isso que ele faz o que quase ninguém pode fazer: vai até o endereço formal do cassino.

Em conversa com a reportagem, o empresário disse que foi até o país por estar incomodado com a divulgação da Blaze por grandes influenciadores:

“Como já trabalhei em projetos de segurança de informação, me parecia muito absurdo como uma empresa dessas operava livremente. Foi quando decidi ir atrás das informações sobre ela. E foi muito difícil achar informações sobre localização e seus donos”, disse em mensagem privada via Twitter.

No vídeo de 71 segundos, o influencer explica que qualquer pessoa que fosse lesada pela Blaze teria dificuldade em conseguir reparação judicial, já que o endereço sede informado no site da empresa leva para uma “shell company” em Curaçao, Caribe, chamada Trustmoore.

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Uma “shell company” ou “shell corporation” é uma empresa inativa ou sem ativos relevantes, segundo o Investing. É um tipo de corporação pode ser utilizada de forma legítima por startups em fases iniciais de captação de recursos ou por empresas que ainda não possuem endereço físico e precisam de um endereço fiscal inicial para iniciar suas operações.

Mas elas também podem ser utilizadas por negócios criminosos para facilitar a lavagem de dinheiro ou criar barreiras e evitar processos jurídicos, já que não possuem capital ativo que possa ser apreendido para reparação.

Scott termina o vídeo com uma conclusão: “Se você tem dinheiro na Blaze ou algum site de aposta, seu dinheiro não está nem aqui [na Trustmoore], porque essa empresa é só o endereço físico da Blaze”.

Problemas graves da Blaze

Desde fevereiro a Blaze não responde mais aos clientes se sentem roubados ao usarem seu serviço. As reclamações se acumulam no ReclameAqui com queixas de pessoas que tentam, mas não conseguem, sacar os proveitos de suas apostas na plataforma. Nos últimos 12 meses, já são mais de 20 mil reclamações.

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O Governo brasileiro tem se mobilizado para regular e taxar o setor de apostas online como Betano e Bet365, mas a Blaze foi deixada de lado, conforme reportado pelo Portal do Bitcoin em 17 de abril.

Reportagem do Portal do Bitcoin de julho do ano passado mostra como diversos clientes estavam tendo problemas para sacar no cassino.

Advogados entrevistados em matéria também de julho do ano passado explicaram que entrar com uma ação contra a Blaze ou alguma empresa parceira (que viabiliza o Pix, por exemplo) é uma estratégia bem frágil, já que o cassino não tem representação no Brasil.

O mistério por trás da empresa é grande. O Botafogo se recusou a dizer quem assinou em nome da Blaze o contrato de patrocínio master do time em 2022.

Em agosto do ano passado, a Blaze entrou em contato com a reportagem do Portal do Bitcoin por meio de uma notificação extrajudicial. A peça foi produzida por uma empresa chamada Prolific Trade, aparentemente do grupo dono da Blaze e citada no vídeo de Daniel Scott.

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Felipe Neto chegou a dizer que o cassino era uma opção para “renda extra”, mas editou o comentário. Mesmo assim, muitos seguidores e influencers criticaram o youtuber.

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