As tecnologias Blockchain e Distributed Ledger Technology (DLT) foram discutidas no seminário internacional ‘Tecnologias Disruptivas para Serviços Públicos e Financeiros’ que aconteceu na segunda-feira (14) na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no Rio de Janeiro.
No seminário, cujo foco eram as contribuições para o aumento da transparência e integridade de dados, estavam presentes gestores de vários segmentos, como bancos, multinacionais, acadêmicos de várias instituições e também o atual presidente do BNDES, Joaquim Levy, reportou a agência de notícias da instituição.
Durante o ‘Disruptive Technologies for Financial and Public Services’, título original do seminário, os participantes compartilham experiências sobre como empregar blockchains e DLTs na criação de produtos financeiros para melhorar os serviços públicos.
“O BNDES está comprometido com a inovação e tecnologias que aumentem a produtividade e permitam o surgimento de novos mercados. A Blockchain é um tipo de tecnologia com potencial de transformar não só o ambiente de negócios, mas também a vida das pessoas”, disse o presidente da instituição Joaquim Levy no decorrer do evento.
Segundo Júlio Ramundo, superintendente da Área de Indústria e Serviços do BNDES, o uso da digitalização nos serviços financeiros e o aumento do grau de transparência em resposta a demandas da sociedade são as prioridades centrais do órgão.
Ele ressaltou que o BNDES reconhece que inovações como estas que estão surgindo são essenciais para o desenvolvimento e que a instituição sempre apoiou estas iniciativas, listando uma série delas. O destaque, contudo, ficou para o programa ideiaLab, o BNDES Token, projeto que vem sendo desenvolvido desde março do ano passado.
O propósito é que o sistema permita o rastreio da aplicação de recursos públicos em operações de crédito com entes públicos e operações não-reembolsáveis, diz a Agência.
“A tecnologia Blockchain tem potencial para impactar todos os setores da economia”, comentou Leonardo Neves, Analista da Fundação Getulio Vargas (FGV) durante sua fala.
Ele acredita que mesmo com tantos desafios para implantar essas inovações, como por exemplo, a escalabilidade e a qualidade de dados, vale a pena por causa dos benefícios intrínsecos das novas tecnologias, que são a imutabilidade, descentralização e transparência.
Metas para os próximos 10 anos
Gladstone Arantes, líder técnico da Iniciativa Blockchain no BNDES, relacionou casos de uso da nova tecnologia com o alcance de Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que são metas globais estabelecidas pela ‘Assembleia Geral das Nações Unidas’ — um principais órgãos da Organização das Nações Unidas (ONU) e o único em que todos os países membros têm representação igualitária.
No painel ‘Blockchain para o desenvolvimento: O papel da tecnologia no futuro que queremos’ (‘Blockchain for Development: The role of the technology towards The Future We Want’, título original em inglês), Gladstone dissertou:
“Qualidade, rastreabilidade, compliance, legalidade, origem, certificação e transparência é o que a tecnologia Blockchain pode proporcionar às transações, contratos e registros entre nações, organizações, comunidades e pessoas”.
Banco estuda blockchain desde 2017
De acordo com o anúncio do evento publicado em 11 de janeiro pela instituição, desde dezembro de 2017 o BNDES vem testando aplicações de blockchain para habilitar o rastreamento de recursos públicos e ampliar a transparência.
Segundo a nota, hoje, o Banco está desenvolvendo projetos-piloto com a Agência Nacional do Cinema (Ancine) e o banco de desenvolvimento estatal alemão KfW.
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