Imagem da matéria: Binance movimentou R$ 1,7 bilhão na corretora de criptomoedas caçada pelos EUA, aponta Chainalysis
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A Binance movimentou mais de 20 mil bitcoins — US$ 345,8 milhões (R$ 1,7 bilhão) no momento das operações — na Bitzlato, a corretora de criptomoedas derrubada em uma operação do governo dos Estados Unidos na semana passada. As informações foram divulgadas pela Reuters nesta terça-feira (24) e são baseadas em uma investigação da Chainalysis.

Os EUA acusam a corretora de origem russa de permitir que criminosos usassem a plataforma para esconder mais de US$ 1 bilhão em ativos derivados de atividades criminosas.

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Durante a operação, que também que levou a prisão em Miami do fundador da Bitzlato, o russo Anatoly Legkodymov, a Rede de Repressão a Crimes Financeiros do Tesouro dos EUA (FinCEN) já havia listado a Binance entre as maiores contrapartes da Bitzlato, mas sem detalhar valores movimentados.

Todo esse bitcoin foi transacionado em cerca de 205 mil transações entre usuários das duas corretoras feitas entre maio de 2018 até o fechamento da corretora pelas autoridades na semana passada. 

Desse total, foram US$ 175 milhões que partiram da Bitzlato para a Binance naquele período, o que torna a Binance a maior receptora de criptomoedas da empresa investigada. Na realidade, o FinCEN aponta a Binance como a única grande exchange cripto entre as principais contrapartes da Bitzlato.

Chama atenção também que US$ 90 milhões do total dessas transferências ocorreram depois de agosto de 2021, época em que a Binance alegou que iria melhorar a autenticação de usuários para combater o crime financeiro, relembra a Reuters.  

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Criptomoedas do crime

Parte do montante de criptomoedas enviadas da Bitzlato para a Binance pode ter origem ilícita, já que 46% de todo bitcoin que passou pela Bitzlato era fruto de golpes cibernéticos, ransomware, material de abuso infantil, tráfico de drogas, entre outros, conforme descrito pelas autoridades americanas.

Isso fica exposto quando analisado as outras contrapartes, além da Binance, que se relacionavam com a Bitzlato. A corretora processou, por exemplo, cerca de 1,5 milhão de transações de bitcoin de usuários do Hydra, um mercado da dark web derrubado em abril de 2022, considerado o maior deste ramo na época. 

Além do Hydra, também aparece na lista de maiores contrapartes da Bitzlato a Finiko, uma das maiores pirâmides financeiras com criptomoedas do mundo que deixou um prejuízo de US$ 1,5 bilhão nos investidores do leste europeu.

Sobre a grande quantidade de bitcoin recebido da Bitzlato, um porta-voz da Binance se limitou a dizer à Reuters que a corretora “forneceu assistência substancial” à aplicação da lei internacional para apoiar a investigação contra a empresa, afirmando estar comprometida em “trabalhar em colaboração” com as autoridades.

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A situação da Binance nos EUA

Um ex-regulador bancário dos EUA avaliou para a agência de notícias que o status da Binance como uma das principais contrapartes da empresa fraudulenta, faria com que as autoridades americanas aumentassem ainda mais a resistência contra as operações da corretora internacional no país.

“Eu não chamaria isso de tiro de advertência sobre a proa, eu chamaria de míssil guiado”, disse à Reuters Ross Delston, um ex-regulador bancário e especialista em combate à lavagem de dinheiro, em referência a relação da Binance com a Bitzlato.

Vale lembrar que a Binance já sofre pressão dos reguladores americanos por suas operações pouco transparentes no país. A proximidade corretora com a falida concorrente FTX, por exemplo, deu aos promotores federais dos EUA motivos para buscar novas informações para a investigação que já dura quatro anos contra a Binance.

No final de 2022, empresas do setor financeiro dos EUA foram solicitadas pela equipe de combate à lavagem de dinheiro do Departamento de Justiça (DOJ) a entregar registros de comunicação com a Binance. Na ocasião, autoridades analisavam se a Binance violou as leis de combate à lavagem de dinheiro e desrespeitou sanções impostas pelo governo americano a outros países, como o Irã.

De acordo com a Reuters, os promotores do DOJ entraram em desacordo sobre se as evidências já reunidas eram suficientes para apresentar acusações contra os executivos da Binance,  incluindo o criador da companhia, Changpeng “CZ” Zhao.

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