O banco digital Neon acordou com a pior das ressacas financeiras. Um dia depois da fintech ter anunciado um aporte de R$ 72 milhões, o Banco Central decretou a liquidação extrajudicial da instituição financeira usada por algumas exchanges brasileiras.
O argumento foi que o BC “constatou o comprometimento da situação econômico-financeira, bem como a existência de graves violações às normas legais e regulamentares que disciplinam a atividade da instituição”, conforme a nota emitida pela assessoria da instituição. Quem entra no site da empresa, tem acesso somente a uma digitalização da ordem do BC, assinada pelo presidente Ilan Godlfajn.
Pelo menos três exchanges brasileiras possuíam contas no Neon — Walltime, Foxbit (no caso a FoxFast) e a FlowBTC. Ambas afirmaram que os clientes não seriam prejudicados.
Rafael Noguerol, o responsável pelo marketing da Walltime, disse ao Portal do Bitcoin que a empresa deixa lá apenas o que fica abaixo do FGC, o chamado Fundo Garantidor de Créditos, entidade que garante o resgate de até R$ 250 mil. No Facebook, a empresa informou que as atividades com o Neon “estavam totalmente interrompidas”. A sugestão é que os depósitos sejam feitos no Santander, Agibak ou Inter.
A FlowBTC, por meio da assessoria de imprensa, disse que, embora oferecesse a possibilidade dos clientes usarem o Neon, nenhum havia optado pelo banco digital.
Problemas do banco Neon
Segundo o Banco Central, o Neon detém 0,0038% dos ativos do sistema bancário e está autorizado a operar como banco comercial. A empresa possui apenas uma agência física, que fica em Belo Horizonte.
O BC foi vago quanto aos motivos que levaram à liquidado da fintech. Disse, porém, que “as irregularidades encontradas não estão relacionadas com a abertura e movimentação de conta digital ou com a emissão de cartões pré-pagos”.
O Neon ainda não se pronunciou sobre o caso.