Os administradores judiciais responsáveis pela massa falida da GAS Consultoria acompanham de perto o processo movido por Glaidson Acácio dos Santos, conhecido como “Faraó do Bitcoin“, contra a Igreja Universal do Reino de Deus. Eles buscam, entre outras medidas, a transferência do caso para outra instância judicial.
Na ação, comentada pelo O Globo na terça-feira (1), Glaidson solicita a restituição dos R$ 72,3 milhões que repassou à entidade religiosa por meio da GAS Consultoria. O pedido se baseia no fato de que a instituição religiosa acionou as autoridades para a abertura de um inquérito policial contra ele, resultando na investigação sobre as atividades da empresa e, posteriormente, em sua prisão, em 2022.
Os administradores judiciais argumentam que o processo deve tramitar na 5ª Vara Empresarial, que conduz a falência da GAS, uma vez que a maior parte dos recursos doados saiu diretamente da empresa.
Caso a Justiça determine a anulação da doação, diz a publicação, a defesa sustenta que os valores sejam depositados em uma conta judicial vinculada ao processo de falência, garantindo assim o pagamento das dívidas da companhia e a restituição aos credores prejudicados.
A história do “Faraó do Bitcoin”
A GAS Consultoria captava clientes com promessas de rendimentos que supostamente viriam do trade de criptomoedas. Mais tarde, seu modelo de operação de pirâmide financeira desencadeou uma série de investigações pelas autoridades brasileiras. As investigações falam em uma movimentação de R$ 38 bilhões pelo esquema ao longo dos anos.
Glaidson, que ficou conhecido como “Faraó do Bitcoin”, foi preso na manhã do dia 25 de agosto de 2021 na Operação Kryptos. Na ocasião, outros membros do esquema foram presos, enquanto alguns conseguiram escapar da polícia e fugir do Brasil, como a esposa de Glaidson, Mirelis Yoseline Dias Zerpa, que acabou presa em janeiro de 2024 em Chicago, Estados Unidos, por morar ilegalmente no país.
Na ocasião da prisão de Glaidson e demais suspeitos, os agentes da PF e Receita Federal apreenderam 591 bitcoins, dezenas de carros de luxo e mais de R$ 13 milhões em espécie.
Diversas pessoas próximas ao casal confirmam que a divisão de tarefas dentro da GAS era clara: Glaidson lidava com as pessoas e Mirelis com o dinheiro.
Em 2023, a GAS Consultoria fez parte de uma extensa lista de empresas convocadas na CPI das Pirâmides, que também intimou o Faraó do Bitcoin. Em depoimento, o ex-garçom protagonizou uma série de bate-bocas com alguns deputados e chegou a ser chamado por um parlamentar de “um dos maiores bandidos da história do sistema financeiro nacional”.
Além do roubo do dinheiro de milhares de investidores brasileiros pela pirâmide financeira da GAS, o Faraó do Bitcoin também é acusado de ser líder de uma organização que monitorava e assassinava rivais no mercado de criptomoedas, como mostram áudios obtidos pelas autoridades.
Além do roubo do dinheiro de milhares de investidores brasileiros pela pirâmide financeira da GAS, o Faraó também é acusado de ser líder de uma organização que monitorava e assassinava rivais no mercado de criptomoedas, como mostram áudios obtidos pelas autoridades.
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