Mapa com um alfinete marcando a localização das Bahamas
Shutterstock

O regulador financeiro das Bahamas – país caribenho que sedia a falida corretora de criptomoedas FTX – classificou a nova administração da empresa como “arrogante”, ao rejeitar as declarações feitas pela exchange em colapso.

Em um comunicado divulgado na noite de segunda-feira (2), a Comissão de Valores Mobiliários das Bahamas (SCB) procurou “corrigir distorções” feitas pelo novo presidente-executivo da FTX, John J. Ray III, como parte do processo de falência da companhia.

Publicidade

Entre os pontos contestados pela executivo estavam os próprios cálculos da SCB sobre o valor dos ativos que a Comissão detém desde que a FTX pediu concordata no mês passado.

Esses criptoativos valem US$ 3,5 bilhões, de acordo com as autoridades das Bahamas, embora o preço seja baseado no valor de mercado na época em que foram apreendidos, com seu valor atual provavelmente muito menor. Mas a FTX contestou os cálculos e disse que esses ativos valiam apenas US$ 296 milhões na época em que as Bahamas os assumiram.

Guerra entre as entidades

Em um processo judicial que corre como parte da falência da FTX, a nova administração disse que estava sendo vítima de “obstrução” pelo SCB, dizendo que o regulador e outras autoridades das Bahamas demonstraram “uma completa recusa em fornecer qualquer informação, incluindo uma contabilidade de bens desviados”.

Mas o SCB reagiu, dizendo que a declaração da FTX foi baseada em informações incompletas e que os devedores optaram por não usar sua capacidade de solicitar informações dos liquidatários que supervisionam o processo de falência.

Publicidade

“A contínua falta de diligência dos devedores dos EUA ao fazer declarações públicas sobre a Comissão é decepcionante e reflete uma atitude arrogante em relação à verdade e às Bahamas que foi exibida pelos atuais oficiais dos devedores desde a data de sua nomeação por Sam Bankman-Fried [criador da FTX]”, disse o SCB.

O comunicado também atira especificamente contra John J. Ray III, que foi nomeado CEO substituto de Bankman-Fried no dia em que a empresa pediu concordata.

“O senhor Ray nunca procurou a Comissão para discutir nenhuma de suas preocupações antes de divulgá-las publicamente”, disse o SCB. “A Comissão ainda não recebeu uma resposta à sua carta de 7 de dezembro de 2022 ao Sr. Ray oferecendo cooperação com os devedores”

Bens apreendidos no centro do desacordo

Os ativos controlados pela Comissão têm sido a causa de grande parte da discórdia entre os reguladores e os novos patrões instalados pós-falência.

Publicidade

Em sua última declaração, a SCB respondeu a outra reclamação feita pelos devedores, de que os fundos em questão foram “roubados”, bem como rejeitou as alegações “infundadas” de que instruiu os funcionários da FTX a cunhar US$ 300 milhões em novos tokens nativos FTT.

A SCB disse anteriormente que obteve uma ordem judicial para proteger os ativos devido a preocupações com sua segurança em meio a ataques cibernéticos que atingiram a FTX em meados de novembro do ano passado.

“Embora certos protocolos de token possam exigir a queima de tokens antigos e a mineração simultânea de novos tokens de substituição para efetuar a transferência, em nenhum caso o processo envolveu a criação de tokens adicionais”, disse a Comissão em comunicado anterior, de 29 de dezembro.

*Traduzido com autorização do Decrypt

Como será o mercado de criptomoedas em 2023? Clique aqui e descubra no relatório gratuito do time de Research do MB

VOCÊ PODE GOSTAR
Imagem da matéria: Criador do token LIBRA afirma que "controlava" Milei e subornou irmã do presidente

Criador do token LIBRA afirma que “controlava” Milei e subornou irmã do presidente

Não está claro se houve algum pagamento para Karina Milei antes do infame lançamento e queda da memecoin LIBRA
Imagem da matéria: Elon Musk quer comprar a OpenAI por US$ 97,4 bilhões

Elon Musk quer comprar a OpenAI por US$ 97,4 bilhões

O mais recente lance não solicitado do bilionário da tecnologia busca atrapalhar os planos de Sam Altman de transformar a gigante da inteligência artificial em uma empresa com fins lucrativos
Imagem da matéria: Worldcoin: "Registro da íris em blockchain deve ter meio funcional para exclusão", diz especialista

Worldcoin: “Registro da íris em blockchain deve ter meio funcional para exclusão”, diz especialista

Especialista na lei de dados, advogado Marcelo Crespo aponta que uso da blockchain é mais um complicador no projeto da Worldcoin
Javier Milei gesticulando

Cofundador da empresa por trás do token TRUMP renuncia após acusação de manipular token de Milei

Colapso do token LIBRA intensificou as acusações de insider trading, com analistas on-chain apontando para atividades suspeitas