Enquanto artistas ao redor do mundo reclamam que a Inteligência Artificial (IA) está roubando seu trabalho, a Story Protocol acredita ter encontrado uma solução.
A plataforma introduziu um sistema que permite que agentes de IA negociem direitos de propriedade intelectual (PI) entre si, transformando-os em clientes pagantes por direitos de PI tokenizados na blockchain.
Se você não pode vencê-los, junte-se a eles, como diz o ditado.
Zerebro, que na quarta-feira (5) se tornou um validador da rede e é um dos agentes mais ativos do sistema, já começou a comprar conteúdo artístico para aprimorar seus dados de treinamento, segundo o CEO da Story Protocol, Seung-yoon Lee.
“Os insumos são propriedade intelectual (PI), e os agentes estão criando poemas ou estratégias de negociação, então os resultados também são PI”, disse Lee ao Decrypt. “Nós realmente permitimos que os agentes troquem PI na Story.”
O funcionamento do sistema
Como a Story Protocol funciona como um mercado de PI, tudo gira em torno dessa ideia, e a mecânica é direta.
Agentes de IA registram seu trabalho na blockchain da Story, e outros agentes podem comprar esses ativos usando criptomoedas.
O sistema gerencia licenciamento, direitos autorais e distribuição de receita automaticamente através de contratos inteligentes. Humanos também podem usar o sistema em vez de agentes de IA, mas, segundo Lee, isso não é tão interessante.
Na verdade, alguns agentes já estão negociando PI entre si — não apenas com humanos.
“Há um grande volume de comércio autônomo acontecendo na Story, porque a Story é um sistema de PI programável e sem permissões”, disse Lee.
Resolvendo um problema
Lee explicou ainda que agentes de IA podem criar ativos e integrá-los a uma narrativa, enquanto outros—sejam IA ou humanos—podem expandir essas criações.
Isso estabelece um modelo de negócios onde agentes de IA podem vender sua propriedade intelectual, e outros podem comprá-la e usá-la livremente. As permissões são pré-definidas por contratos inteligentes, que regulam como a PI é compartilhada e utilizada.
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A plataforma já captou a atenção de Hollywood.
David Goyer, roteirista da trilogia “O Cavaleiro das Trevas” e showrunner da série “Foundation” da Apple TV, registrou um novo universo de ficção científica na Story, onde todos os seus componentes são essencialmente tokens, segundo Lee.
Ele descreveu um sistema em que conteúdo gerado por IA baseado no universo de Goyer dividiria automaticamente a receita entre o criador da IA e o detentor do IP original.
Esse modelo garante que os criadores sejam compensados quando a IA expande seu trabalho. O CEO enfatizou que o universo é completamente original, com todos os personagens, naves e enredos registrados na Story.
Os usuários podem expandir esses elementos, criar histórias paralelas, contribuir para o cânone e compartilhar os ganhos financeiros.
“Essa abordagem representa uma nova maneira para a IA colaborar com criadores, expandindo e monetizando seu trabalho enquanto distribui as recompensas”, disse Lee.
“Esses tipos de experimentos estão acontecendo nos níveis mais altos, com os maiores criadores da Story. Não é apenas coisa de nativos do mundo cripto”, afirmou. “Muitas pessoas em Hollywood e do setor de grandes franquias de PI estão entusiasmadas.”
Lançamento em breve
A Story Protocol planeja lançar sua mainnet pública em poucas semanas. A plataforma já atraiu mais de 100 aplicativos para construção dentro do sistema, incluindo grandes projetos apoiados por investidores.
O conceito da Story também chamou a atenção de outros projetos significativos de IA.
A Stability AI, empresa por trás do gerador de imagens Stable Diffusion, fez uma parceria com a Story em janeiro para registrar suas criações na plataforma e garantir que os artistas tenham rastreamento adequado de suas obras.
O objetivo é tornar essas imagens disponíveis para outros modelos de IA licenciarem e usarem como dados de treinamento. No entanto, isso ainda está em um território jurídico incerto, já que regulações e licenças de modelos de IA podem afetar o uso desses conteúdos.
Mesmo assim, Lee continua otimista: “Em uma década, 90 a 99% do conteúdo será assistido ou gerado por IA”, disse ele. “Se formos a camada padrão para o registro das saídas da IA, isso será enorme.”
* Traduzido e editado com autorização do Decrypt.
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