O Ministério Público de São Paulo (MPSP) investiga a advogada Tábata Miqueletti e seu ex-marido, Rafael Lins, acusados por vários clientes de operar um esquema de pirâmide com criptomoedas. De acordo com as investigações, o casal pode ter dado um prejuízo de até R$ 3 milhões às vítimas que aplicaram na plataforma da Designo Investimentos.
De acordo com a Folha, a advogada se apresentava para seus cerca de 140 mil seguidores no Instagram como especialista em recuperar dinheiro de vítimas de golpes. Segundo Gustavo Lopes, contratado por Tábata para o cargo de assistente administrativo, sua função era levantar golpes e fraudes digitais e captar clientes.
Após a assinatura do contrato, as pessoas eram pressionadas a investir na Designo, relata a publicação. Tábata chegou a receber de um cliente a quantia de R$ R$ 2,7 milhões, afirmando que o dinheiro estaria seguro em uma conta na Suíça.
Tábata buscava ativamente pessoas que já haviam sido lesadas em esquemas de pirâmide, e, via WhatsApp, prometia atuação jurídica para recuperar os valores perdidos. Depois de conquistar a confiança, encaminhava essas pessoas a investirem na Designo, cuja razão social está no nome do ex-casal.
Ao menos 12 clientes acusam Tábata de golpe, conta a Folha. Felipe Elias, do Rio de Janeiro, afirma ter investido R$ 1 mil após Tábata oferecer seus serviços de recuperação por R$ 20 mil. Outros clientes fizeram acusações semelhantes, com acessos perdidos ao aplicativo e bloqueios nas redes sociais, resultando em perdas que variam de R$ 1 mil a R$ 10 mil.
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Até mesmo um ex-funcionário do escritório de Tábata, que era instruído a captar clientes para a Designo, afirmou ter sido lesado, após aplicar R$ 28 mil, incluindo dinheiro de familiares. Após questionar os investimentos, ele foi demitido e bloqueado.
Rafael está preso por descumprir uma medida protetiva após ser acusado de violência doméstica e patrimonial. Ele nega as acusações e afirma ter sido surpreendido pelo fim do relacionamento. Enquanto isso, Tábata se mudou para Brasília com um novo parceiro, e a Designo, empresa do casal, permanece sob investigação.
O Ministério Público pediu a quebra de sigilo bancário de Rafael e Tábata, que, segundo a Folha, negam as acusações.
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