Ether Rock é um projeto “artístico” lançado no natal de 2017. Foram ofertadas inicialmente por um preço escalonado, sendo a primeira por 0,01 ETH, até atingir 10 ETH na última. Seus criadores definiram um limite de 100 “pedras” de cores diferentes, e estima-se que 20 delas foram esquecidas pelos donos ou perdidas para sempre.
Assim como os CryptoPunks, o mais antigo e conhecido NFT, as rochas surgiram antes do padrão ERC-721, que deu ao Ethereum a possibilidade de criar tokens não-intercambiáveis de forma nativa. Recentemente, uma dessas pedras “colecionáveis” foi vendida por 250 mil dólares.
Afinal, que diabos é NFT, sem enrolação técnica?
NFT é um registro no blockchain, um “cartório digital”. Embora utilize a mesma tecnologia do Bitcoin, não possui absolutamente nenhuma relação. Ou seja, NFT não é “arte digital” ou “direito virtual”, nada disso. A “validade” deste registro vem da convenção social.
Por exemplo, nada impede alguém de clonar outro projeto de NFT, fazendo ou não pequenas alterações. Abaixo temos os “Fast Food Punks”, disponível no marketplace OpenSea.
O PolygonPunks foi mais longe e clonou fielmente o projeto, porém registrando na blockchain Polygon/Matic. Óbvio, o pessoal da Larva Labs, criador do original, obrigou o OpenSea a remover a listagem da cópia, que continua sendo ofertada no NFTrade.
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Enfim, conforme anteriormente dito, o “oficial” é o que o povo define. Se você depende de um site, ou empresa para definir qual é o “correto” ou “justo”, não há necessidade de um blockchain.
NFT precisa de blockchain?
Não, justamente porque precisa de uma “validação”. Como saber se determinado artista está ou não por trás do lançamento? Um vídeo pode ser manipulado (deep fake), e até mesmo o site e rede social “oficial” invadidos.
No entanto, é mais fácil “vender” para trouxas projetos com a tecnologia “da moda”, seja ela “realidade aumentada”, “inteligência artificial”, “carbono neutro”, ou “blockchain”. Quanto mais baboseira embutida, mais fácil de enganar.
NFT é uma bolha?
Como diz o ditado: “bolha é todo ativo que subiu muito ao qual não temos exposição”. Você (e eu) não entendemos porque somos pobres, só isso. Ao mesmo tempo, somos incapazes de nos colocar no lugar de pessoas que fizeram fortunas no meio digital.
Aos poucos surgem “utilidades” para os NFTs. Embora pouco conhecido, o PUNKS Comic é um excelente exemplo, pois a revistinha em quadrinhos, que existe no formato físico, dá direito a uma “fração” da coleção de 16 CryptoPunks.