A procuradora-geral do estado de Nova York (EUA), Letitia James, obteve na sexta-feira (04) uma liminar da Justiça para encerrar as atividades da exchange de criptomoedas Coinseed, que deve responder criminalmente por fraudar sua base de clientes.
De acordo com várias denúncias, a plataforma negociou, sem permissão, os fundos dos clientes, travando saques e bloqueando negociações. Após a decisão, a Coinseed veio a público tanto para se retratar quanto para afrontar a defensora pública, anunciando o lançamento de um token explicitamente ofensivo com seu nome.
Segundo nota da Procuradoria Geral de Nova York (NYAG) publicada na segunda-feira (07), James garantiu uma ordem judicial que dá continuidade a uma pausa obrigatória nas “operações ilegais e fraudulentas da plataforma” e coloca em prática um administrador judicial para supervisionar todos os ativos da Coinseed para proteger o dinheiro dos investidores daqui para frente.
“Continuaremos lutando pelos milhares de investidores fraudados pela Coinseed”, disse a procuradora. “Não permitiremos que operadores desonestos mantenham os fundos de investidores inocentes como reféns, enquanto eles esgotam contas e transferem criptomoedas para uma plataforma de negociação offshore e não regulamentada”, acrescentou ela.
Por meio de um comunicado, o CEO da Coinseed, Delgerdalai Davaasambuu, considerou a decisão judicial triste e frustrante e que o grande erro da empresa foi se estabelecer em Nova York. Ele resumiu que depois que a empresa levantou recursos em 2017 e conseguiu crescer mesmo durante o ‘Inverno das Criptomoedas’ (2018/2019) e posteriormente se expandir, eles perceberam que o erro foi morar no estado novaiorquino.
“Estávamos vivendo o sonho americano. E então percebemos que havíamos cometido um erro fatal simplesmente por morar em Nova York. Pode parecer estranho, mas foi exatamente o que aconteceu”, disse o diretor, afirmando que não recebeu nenhuma reclamação de seus usuários. No entanto, a procuradora alega que as denúncias — que chegam perto de duas centenas — vêm ocorrendo desde fevereiro deste ano, quando foi aberto o processo.
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Ele completou dizendo que a Coinseed não tem recursos financeiros para lutar contra as acusações e que está consultando escritórios de advocacia para descobrir como devolver os fundos dos usuários.
Exchange lança token ofensivo
“1 FLJ = 1 FuckLetitaJames”, apresentou a Coinseed o token que representa uma palavrão contra a procuradora americana. “FLJ é um token ERC-20, preferido por NY AG Letita James”, acrescenou o site.
Conforme mostra uma contagem regressiva no site, um airdrop da criptomoeda será feito em 12 dias, mas o usuário tem que enviar o ether para recebê-lo. O site diz ainda que o FLJ será listado em breve em várias plataformas DeFi.
Em uma breve consulta ao blockchain da Ethereum, Etherscan, na tarde desta terça-feira (08), apenas 20 adeptos enviaram fundos de 0,002 ETH para o endereço indicado pela Coinseed.
Ao final, ‘Del’, como assinou o diretor, escreveu: “Eu também vou doar algum token FLJ (Foda-se Letita James) para o escritório da NYAG 🙂 para apoiar suas outras causas. Quanto ao Dogecoin, sou bom em trollagem!”
‘Del’ se referiu às acusações de que a Coinseed realizou negociações não autorizadas e transferiu todos os ativos do investidor para Dogecoin.