Em vez de trocar brinquedos com os amiguinhos, o garoto sul-coreano Kwon Joon, de apenas 12 anos, acumulou 43% de lucro com a compra de ações no ano passado. Depois da conquista, o jovem passou a pensar grande e já sonha em se tornar o próximo Warren Buffett, segundo reportagem da Reuters na terça-feira (09).
“Em vez de day trade focado no curto prazo, quero manter meu investimento por 10 a 20 anos com uma perspectiva de longo prazo, com esperança de maximizar meus retornos”, disse Joon, que começou a investir em abril de 2020, contou a agência.
Na ocasião, Joon ficou seduzido pelas dicas de um especialista do mercado financeiro enquanto o assistia na TV. Em seguida, ele conseguiu convencer sua mãe a abrir uma conta para negociar a bolsa. Segundo ele, tratava-se de uma oportunidade única na década.
Joon começou então com as economias da época que eram de 25 milhões de won, cerca de US$ 22 mil. Na ocasião, contou à agência, começaram a vir os primeiros resultados — o Índice da Bolsa de Valores da Coreia do Sul (KOSPI) começou a se recuperar de uma queda de vários anos. A reviravolta proveu a Joon 15 milhões de wons.
Jovens no mercado de ações
Começar os investimentos da idade de Joon não é novidade na Coreia do Sul. Segundo a Reuters, muitos dos investidores são adolescentes ou até mais jovens.
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Eles correspondem a mais de dois terços do valor total negociado em ações do país. Na CVM coreana, estão registradas mais de 200 mil contas para menores, o dobro de dois anos atrás.
De acordo com a reportagem, essa tendência cresceu à medida que os mercados de ações atraem famílias desapontadas com o sistema educacional combinado com o modo de vida dos millennials, que é trabalhar de casa.
É o que pensa a mãe de Joon, que questiona se um diploma universitário hoje seria tão importante, pois mesmo tendo um, atualmente as oportunidades de emprego são cada vez menores. Logo, o sucesso de Joon reflete os desafios de emprego para os jovens sul-coreanos.
“Não há empregos suficientes para graduados universitários, então muitos estão optando por diversificar suas carreiras no início,” disse à Reuters o pesquisador Min Sook-weon.
E Joon parece assimilar a situação do país. “Em vez de frequentar boas escolas como a Universidade Nacional de Seul, prefiro me tornar um grande investidor”, concluiu.