A fintech de pagamentos PicPay já detectou e fechou contas em seu app de pessoas envolvidas com pirâmide financeira e reportou o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). A afirmação é da própria empresa e foi enviada em resposta ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) nesta quarta-feira (09).

Além disso, diante do questionamento do Cade, feito no último dia 14 de agosto, a fintech disse que não foram identificadas operações ilícitas de corretoras de criptomoedas.

Publicidade

“Até o momento não identificamos operações ilícitas realizadas por corretora de criptoativos. Entretanto, já detectamos uma pirâmide financeira que tinha como fachada a operação de criptomoedas, o que foi devidamente reportado ao Coaf, diz um trecho do documento assinado pelo diretor de Riscos do PicPay, Valério Zarro.

No mesmo ofício, o Cade pediu também informações sobre as normas de segurança e de rastreamento  do Picpay em relação a corretoras. 

Conforme resposta do PicPay, “todos os usuários do passam por um processo de KYC”. Segundo a fintech, adicionalmente todas as transações realizadas em no aplicativo são submetidas a análises antifraude e monitoradas para fins de PLD (prevenção à lavagem de dinheiro). 

A inquirição do cade é parte de um processo — Inquérito Administrativo n° 08700.003599/2018-95 — que envolve acusação contra bancos por práticas anti-concorrenciais.

Publicidade

Iniciado em 2018, o Cade apura se houve conduta abusiva por parte dos bancos nos encerramentos de contas da empresas de criptomoeda.

PicPay, fintechs e corretoras

Além do PicPay, o Cade também oficiou as empresas de pagamento Paypal, Getnet, Stone e Mercado Pago. Os ofícios foram datados no dia 14 de agosto. Do mesmo modo, para informarem se já identificaram operações ilícitas realizadas por corretoras de criptomoedas.

Também no mês passado, o órgão demandou ofícios às corretoras de criptomoedas Cryptex, Walltime, Coinext e Braziliex para prestarem informações sobre os dados de três de seus maiores investidores. 

Órgão também questionou bancos

Diferentemente das empresas de pagamento, o Banco do Brasil, Itaú, Inter, Bradesco, Santander e Sicredi também foram questionados sobre seu interesse no mercado de criptomoedas.

Publicidade

Isso porque os bancos têm sustentado desde o início do inquérito que o ato de encerrar contas das empresas de criptomoedas tem se dado pela falta de regulação no mercado e por não haver uma política de segurança capaz de evitar a lavagem de dinheiro adotada por empresas desse setor. 

As instituições bancárias chegaram a fundamentar os seus atos na ausência de CNAE (Classificação Nacional de Atividade Empresarial) das corretoras. Mas isso já foi resolvido. Desde maio deste ano, o CNAE para corretoras de criptomoedas já está disponível para registro no IBGE.

A ‘vitória’ das exchanges nessa parte fez o Cade questionar os bancos de forma mais específica, “se a existência de um CNAE específico alterou ou alterará o processo de avaliação dos pedidos de aberturas de contas correntes por parte de corretoras de criptoativos”.

VOCÊ PODE GOSTAR
Imagem da matéria: Câmara aprova lei de segregação patrimonial para empresas de criptomoedas

Câmara aprova lei de segregação patrimonial para empresas de criptomoedas

PL aprovado na Câmara define diversas regras para empresas de criptomoedas; texto avança para Senado
Imagem da matéria: Força-tarefa da COP29 quer aumentar impostos sobre criptomoedas

Força-tarefa da COP29 quer aumentar impostos sobre criptomoedas

Grupo de países aponta que imposto sobre mineração ou transações com criptomoedas poderia gerar até US$ 323 bilhões
Rodrigo dos Reis, RR Consultoria

“Coach do Bitcoin” é solto após passar apenas 2 semanas na prisão

A Justiça do Rio acatou a solicitação da defesa de Rodrigo dos Reis de que sua doença requer medicamentos complexos e alimentação balanceada
Logo da SEC dos EUA

Reguladores distribuem R$ 26 milhões para vítimas de golpe com criptomoedas

De acordo com a SEC, a BitClave violou as leis de valores mobiliários durante sua oferta do token CAT