Rede de inovação da ONU tem vaga para observadores voluntários em grupo sobre blockchain
(Divulgação)

O Escritório das Nações Unidas contra a Droga e o Crime (UNODC) expressou em seu mais novo relatório uma preocupação sobre o papel das criptomoedas na facilitação de atividades ilícitas no Sudeste Asiático.

O estudo, intitulado “Crime Organizado Transnacional e a Convergência de Fraude Cibernética, Bancos Clandestinos e Inovação Tecnológica no Sudeste Asiático: Um Cenário de Ameaças em Mudança”, foi publicado no dia 7 de outubro deste mês.

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O relatório afirmou que, embora nem todos os golpes na região envolvam criptomoedas, elas continuam sendo uma opção de pagamento preferida entre os golpistas devido à facilidade de transações transfronteiriças rápidas. 

No relatório, o órgão da Organização das Nações Unidas (ONU) enfatizou tanto o aumento do uso das stablecoins quanto da criação de serviços de criptomoedas clandestinos como catalisadores para lavagem de dinheiro.

O UNODC observa que a infraestrutura bancária clandestina existente, incluindo cassinos pouco regulamentados e plataformas online de jogos de azar — as bets —, tem adotado cada vez mais as criptomoedas como uma ferramenta para o crime, ressaltando dentre as stablecoins o USDT.

“Embora as stablecoins tenham aumentado em popularidade entre usuários legítimos nos últimos anos, elas se tornaram ainda mais

populares entre grupos criminosos que as exploram, particularmente no caso de fraudes e golpes cibernéticos”, diz um trecho do relatório.

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Serviços de criptomoedas

Acerca dos serviços de criptomoedas — ou provedores de serviços de ativos virtuais (VASPs) — irregulares, ou seja, sem autorização e supervisão de órgãos competentes, o escritório da ONU afirmou que o aumento nesses tipos de serviços criou um novo caminho para empresas criminosas operarem sem responsabilização e pediu uma ação urgente, recomendando maior monitoramento, bem como treinamento das autoridades e maior supervisão regulatória.

O relatório observou também que “as organizações criminosas asiáticas integraram novos modelos de negócios e tecnologias baseados em serviços, incluindo malware, inteligência artificial generativa (IA) e deepfakes em suas operações, ao mesmo tempo em que estabeleceram novos mercados clandestinos e soluções de criptomoeda para suas necessidades de lavagem de dinheiro”.

O UNODC estima perdas financeiras entre US$ 18 bilhões e US$ 37 bilhões decorrentes de golpes direcionados a vítimas no Leste e Sudeste Asiático somente em 2023, com uma alta proporção dessas perdas atribuídas a golpes cometidos por grupos do crime organizado.

Dinheiro, não criptomoedas, ainda é mais usado em crimes

Contudo, o levantamento de um agente do Homeland Security Investigations (HSI) diz que o dinheiro é de longe ainda o mais usado em atividades ilícitas.

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Apesar das criptomoedas frequentemente enfrentar críticas como uma ferramenta para atividades ilícitas, as plataformas de criptomoedas regulamentadas oferecem suporte valioso às autoridades policiais, utilizando a transparência do blockchain para combater o crime e aumentar a segurança nacional. A afirmação é de Robert Whitaker, Agente Especial de Supervisão da Homeland Security Investigations (HSI) e da Crypto ISAC.

De acordo com o levantamento de Whitaker, dados da Merkle Science revelam que apenas 0,61% das transações USDT e apenas 0,22% das transações USDC foram sinalizadas como potencialmente ilícitas entre julho de 2021 e junho de 2024, indicando uma taxa significativamente menor de atividade ilícita em comparação às finanças tradicionais.

Além disso, descreve uma publicação do Cryptopotato, a Chainalysis observou que atividades ilícitas constituíram apenas 0,34% do total de transações on-chain em 2023, indicando que as preocupações com criptomoedas podem ser exageradas quando comparadas às finanças tradicionais.

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