A plataforma de criptomoedas Gemini, com sede em Nova York, anunciou na quarta-feira (29) que os usuários de seu programa Earn receberão US$ 2,18 bilhões em ativos digitais em uma distribuição em espécie.
“Isso representa uma recuperação sem precedentes entre as falências cripto”, disse a empresa em um comunicado à imprensa, afirmando que os usuários do Earn estão recebendo 100% de seus ativos digitais de volta — cujo valor de muitos deles aumentou substancialmente desde o final de 2022.
Quando aproximadamente 232 mil usuários do Earn perderam acesso aos seus fundos em 2022, seus ativos coletivos em criptomoedas foram avaliados em cerca de US$ 940 milhões.
Se um usuário emprestou um Bitcoin por meio do programa Earn, por exemplo, esse usuário receberá 1 BTC de volta. E o Bitcoin vale quase quatro vezes mais hoje do que valia em novembro de 2022, enquanto outras criptomoedas tiveram mudanças de valor variadas.
Fundada em 2014 pelos gêmeos Cameron e Tyler Winklevoss, a Gemini estava envolvida em uma disputa acirrada sobre Earn funds com a Genesis, a extinta empresa de empréstimo de criptomoedas que interrompeu os saques de clientes em 2022 em meio à queda nos preços das criptos e é de propriedade da Digital Currency Group.
Representando um aumento de 232% no valor do dólar americano desde quando o Genesis pausou as retiradas, o pagamento para usuários do Gemini Earn contrasta com as resoluções de algumas falências do setor cripto.
Por exemplo, a falida exchange de criptomoedas FTX prevê o retorno de 100% dos fundos dos clientes quando medidos em dólares americanos — mas esse número reflete os preços deprimidos das criptomoedas quando a empresa entrou com pedido de falência.
Em fevereiro, a Gemini disse que devolveria US$ 1,1 bilhão em ativos digitais aos usuários do Earn. Ao mesmo tempo, a empresa concordou em pagar uma multa de US$ 37 milhões ao Departamento de Serviços Financeiros de Nova York devido a práticas inseguras e prejudiciais.
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Como parte do acordo, a Gemini disse que contribuiria também com US$ 40 milhões para a recuperação dos fundos dos usuários. Na quarta-feira, atualizando esse valor para US$ 50 milhões, a empresa disse que sua distribuição em espécie reflete 97% dos ativos digitais que devia aos usuários do Earn.
O saldo restante deverá ser recebido pelos clientes ao longo do próximo ano, disse a exchange.
Gemini, Genesis e SEC
Em março, a falida credora Genesis pagou US$ 21 milhões para liquidar as acusações apresentadas pela Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC). O órgão acusou a empresa de se envolver na venda de valores mobiliários não registrados por meio da Gemini Earn.
Em outubro passado, a Gemini processou a Genesis pelo controle de mais de US$ 1,6 bilhão em ações do Bitcoin Trust (GBTC) da Grayscale, argumentando que os fundos haviam sido prometidos a eles.
Apesar do fracasso em entregar metade das ações como parte de um acordo de segurança, a Gemini disse que usou parte desse capital para satisfazer as reivindicações dos usuários do Earn.
“Reconhecemos as dificuldades causadas por este longo processo”, disse o cofundador e presidente da Gemini, Cameron Winklevoss, em um comunicado, acrescentando que a empresa está “emocionada por ter sido capaz de alcançar essa recuperação para os clientes”.
*Traduzido com autorização do Decrypt.
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