O preço do Bitcoin caiu para a mínima de duas semanas nesta segunda-feira (31) antes de recuperar parte das perdas, enquanto outras criptomoedas importantes também oscilaram, dois dias antes do prazo do presidente dos EUA, Donald Trump, para impor tarifas pesadas.
O principal ativo digital subiu 1%, para US$ 83.465, segundo o provedor de dados de criptomoedas CoinGecko. O Ethereum, a segunda maior criptomoeda por valor de mercado, subiu 1,1%, para cerca de US$ 1.840, enquanto a Solana, a sexta maior, avançou 1,4%, para mais de US$ 125.
A recuperação ocorre enquanto os investidores aguardam o dia 2 de abril, quando Trump planeja anunciar as tarifas em uma cerimônia marcada para o Jardim das Rosas da Casa Branca. O mercado cripto tem oscilado em meio à apreensão generalizada dos mercados, já que os investidores tentam lidar com as políticas comerciais imprevisíveis de Trump.
O preço do Bitcoin estava recentemente 23% abaixo do seu recorde de US$ 108.800, atingido no dia da posse de Trump, em 20 de janeiro. Nesta segunda-feira, o índice S&P 500 voltou a entrar em território de correção, caindo mais de 10% em relação ao pico de janeiro, antes de recuperar parte das perdas.
O Bitcoin chegou a cair para US$ 81.500 após o Wall Street Journal reportar que Trump pressionou seus assessores, no domingo, para adotar uma postura mais agressiva em relação às tarifas. Uma semana atrás, a moeda era negociada por cerca de US$ 88.500, quando parecia que Trump adotaria medidas mais limitadas.
Após atingir o patamar de “Medo Extremo”, com valor 20 no mês passado, o Índice de Medo e Ganância Cripto, uma medida do sentimento do investidor, subiu para “Medo”, com valor 34. Traders no mercado de previsões MYRIAD preveem 80% de chance de o índice estar em 30 ou mais na terça-feira. (Nota: o MYRIAD pertence à empresa-mãe da Decrypt, DASTAN.)
Ethereum e outras altcoins foram mais afetadas do que o Bitcoin desde janeiro passado, com o preço do ETH caindo para a mínima de 17 meses, de US$ 1.784 nesta segunda — uma queda de 16% no último mês.
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O início volátil da semana seguiu-se a sinais positivos na semana anterior, quando investidores destinaram US$ 195 milhões a produtos de investimento em Bitcoin, segundo a CoinShares. A gestora de criptoativos observou em um relatório nesta segunda-feira que a atividade recente lembra um “comportamento positivo, porém cauteloso”.
Alguns analistas acreditam que os mercados já absorveram a maior parte das ameaças tarifárias de Trump e que o preço do Bitcoin já atingiu seu piso. Ainda assim, muitos apontam o “Dia da Libertação” de Trump, em 2 de abril, como um fator imprevisível, considerando que a postura da Casa Branca sobre tarifas tem mudado frequentemente.
O ouro, tradicional ativo de proteção que tem subido junto com os discursos comerciais de Trump, atingiu um novo recorde nesta segunda. O metal precioso era negociado recentemente por cerca de US$ 3.153 por onça, uma alta de mais de 1%.
Defensores do Bitcoin frequentemente o descrevem como uma reserva de valor, mas ele tem acompanhado o desempenho das ações recentemente, especialmente o Nasdaq, segundo a pesquisadora Noelle Acheson. O índice focado em tecnologia e o preço do Bitcoin caíram mais de 5% na última semana.
“O BTC está nos lembrando que é visto como um ativo de risco por muitos,” escreveu Acheson em uma mensagem no Telegram para a Decrypt na sexta-feira. “O sentimento de risco está fraco, principalmente devido à incerteza sobre o impacto das tarifas e às crescentes dúvidas, até entre autoridades do Fed, de que cortes nas taxas estejam próximos.”
Esta segunda-feira marca o fim de um trimestre tumultuado para o mercado de criptoativos. O Bitcoin deve encerrar o período com queda de 11% desde o início de janeiro, enquanto o Ethereum deve registrar uma queda de 45%, segundo o provedor de dados CoinGlass.
* Traduzido e editado com autorização do Decrypt.
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