O Office of Public Affairs (PAO), escritório de Relações Públicas do Departamento de Justiça dos EUA, afirmou nesta terça-feira (30) em um comunicado que o “Jesus do Bitcoin”, Roger Ver, fundador do site Bitcoin.com e ‘pai’ do Bitcoin Cash (BCH), foi preso no último final de semana na Espanha sob acusações criminais dos EUA.
De acordo com o PAO, Ver, que trocou sua cidadania americana pela de São Cristóvão e Nevis em 2014, está sendo acusado de fraude postal, evasão fiscal e apresentação de declarações fiscais falsas e que as autoridades americanas buscam extraditá-lo o mais rápido possível para ser julgado no país.
As acusações estão ligadas a duas empresas que Ver teve nos EUA, quando era morador de Santa Clara, na Califórnia — MemoryDealers.com Inc. e Agilestar.com Inc., voltadas para o ramo de computadores e equipamentos de rede. A partir de 2011, descreve o comunicado, Ver supostamente começou a adquirir bitcoins para si e para suas empresas.
Conforme descreve a entidade, em 4 de fevereiro de 2014, Ver e suas empresas supostamente possuíam aproximadamente 131.000 bitcoins que eram negociados em diversas grandes exchanges por cerca de US$ 871 cada. “MemoryDealers e Agilestar supostamente detinham aproximadamente 73.000 desses bitcoins”.
“Como resultado da sua expatriação, Ver alegadamente foi obrigado, ao abrigo da lei dos EUA, a apresentar declarações fiscais que reportassem ganhos de capital provenientes da venda em nível global dos seus ativos, incluindo os bitcoins, bem como reportar seus valores justos de mercado”, acrescenta o PAO.
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Fora isso, Ver também teria sido obrigado a pagar o imposto “exit tax”, aplicado a quem deixa os EUA, sobre ganhos de capital.
Roger Ver tentou enganar o fisco
Ver então contratou um escritório de advocacia para ajudá-lo em sua expatriação e para preparar suas declarações fiscais relacionadas à sua iniciativa de deixar os EUA, informando, porém, números falsos aos advogados — inclusive que não detinha pessoalmente quaisquer Bitcoin, o que culminou também em informações falsas às autoridades americanas
Mas a acusação, explica o PAO, alega ainda que, até junho de 2017, as duas empresas de Ver continuavam a possuir bitcoins, que teriam sido vendidos por Ver ao valor de US$ 240 milhões, que não foram declarados à Receita dos EUA, o IRS..
A unidade de crimes cibernéticos do IRS Criminal Investigation está investigando o caso que está sendo processado pela procuradoria da Califórnia.
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