Imagem da matéria: Polícia apreende 19 máquinas de minerar Bitcoin em operação contra traficantes chilenos
Foto: Shutterstock

Uma apreensão de droga de rotina teve uma reviravolta surpreendente no Chile quando a unidade de polícia investigativa do país (PDI) descobriu que os suspeitos não estavam apenas traficando substâncias ilícitas, mas também estavam executando uma operação completa de mineração de Bitcoin.

O jornal local El Mostrador informou que, em 6 de setembro, a Brigada Antinarcóticos da Região Metropolitana Sul de Santiago invadiu uma propriedade investigada na capital de Santiago, situada em um bairro chamado La Cisterna. Foi a terceira operação contra o grupo e, de acordo com o relatório, a polícia descobriu e apreendeu 36 quilos de maconha, uma impressora para comprimidos de ecstasy, 43 gramas de cetamina e um setup de computadores.

Publicidade

A polícia disse que encontrou uma série de máquinas interligadas e conectadas, emitindo grandes quantidades de calor e ruído em um dos quartos da propriedade. As autoridades no local chamaram a brigada de crimes cibernéticos, que confirmou uma operação de mineração de Bitcoin. 

“Este é um evento sem precedentes”, disse Eduardo Gatica, chefe da Brigada Antinarcóticos, ao El Mostrador. “Esta é a primeira vez que o tráfico de drogas foi ligado tão diretamente à mineração de criptomoedas.”

A mineração de Bitcoin

A mineração de Bitcoin é um componente central da rede de criptomoedas. Os computadores especializados conhecidos como ASICs utilizam uma infinidade de fontes de energia para se juntarem a uma competição global para encontrar um número aleatório específico. Em média, a cada dez minutos, um computador encontra o número e pode adicionar o mais novo bloco de transações à blockchain do Bitcoin.

Atualmente, um minerador de Bitcoin recebe 6,25 BTC para cada bloco que adiciona à cadeia – no valor de cerca de US$ 27.210 até o momento.

Publicidade

De acordo com o El Mostrador, a polícia apreendeu 19 das máquinas de mineração, embora apenas dez estivessem em funcionamento.  

A razão pela qual apenas algumas das máquinas estavam funcionando era porque a rede elétrica local não suportava que todas as 19 máquinas trabalhassem simultaneamente, disse Luis Orellana, chefe da unidade de crimes cibernéticos de Santiago.

As autoridades da Região Metropolitana suspeitam que a sofisticada configuração de mineração foi para fins de lavagem de dinheiro, embora tenham deixado claro que a mineração cripto não é uma atividade ilícita. A polícia alega que os criminosos agora detidos estavam comprando máquinas com renda do tráfico de drogas, canalizando-as para sua operação de computação e, em seguida, trocando pesos chilenos por Bitcoin. 

Essa não é a primeira vez que as autoridades encontram grupos criminosos que usam criptoativos no país, segundo o El MostradorUma gangue conhecida como Tren de Aragua, que opera principalmente no norte do Chile, foi interceptada com US$ 4 bilhões de pesos (cerca de US$ 4,5 milhões de dólares) em ativos digitais. 

*Traduzido por Gustavo Martins com autorização do Decrypt.

VOCÊ PODE GOSTAR
Imagem da matéria: Congresso cogita criar imposto sobre criptomoedas para evitar aumento do IOF

Congresso cogita criar imposto sobre criptomoedas para evitar aumento do IOF

Hugo Motta considera taxar criptomoedas como alternativa para compensar recuo no aumento do IOF
Ilustração de Donald Trump no site worldlibertyfinancial

Apoiada por Trump, World Liberty Financial distribui US$ 4 milhões em stablecoins para 85 mil carteiras

O airdrop foi projetado em parte para testar a prontidão da plataforma para uma implementação completa de serviços DeFi
donald trump e bitcoin

Empresa de mídia de Trump entra com pedido para lançar ETF de Bitcoin

Seção sobre riscos do produto aborda as políticas favoráveis ao setor de criptomoedas ainda em desenvolvimento nos EUA
ceo da microstrategy michael saylor

Michael Saylor afirma que provas de reserva são uma “má ideia” e geram riscos

“Nenhum analista de segurança acharia uma boa ideia publicar endereços de carteiras, de forma que se possa rastrear”, diz Michael Saylor