O Damus — uma rede social descentralizada baseada no protocolo de comunicação Nostr — será oficialmente removido da App Store da Apple após falhar em cumprir as mudanças exigidas pela Apple para seu serviço de gorjeta de Bitcoin.
“Parece que estamos sendo removidos da App Store mesmo depois de atualizar nosso aplicativo para deixar claro que nenhum conteúdo digital está sendo desbloqueado quando os usuários recebem as gorjetas”, disse o perfil do Damus no Twitter na segunda-feira (26). A empresa informou que iria apresentar um recurso devido à moção contra a sua “má aplicação”.
O Damus permite que os usuários deem gorjeta aos seus criadores de conteúdo favoritos através de “zaps”, que são pequenas transferências de bitcoin feitas através da solução de segunda camada Lightning Network.
O aplicativo é construído sobre o protocolo Nostr e sua funcionalidade é uma reminiscência do serviço de gorjeta do Twitter, integrado em 2021, que incluía a Lightning como método de gorjeta, enquanto a empresa ainda era liderada pelo investidor de Bitcoin, Jack Dorsey.
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A mensagem da Apple para a Damus afirmava que gorjetas e doações opcionais eram permitidas, mas não se relacionadas ao recebimento de conteúdo digital. “Eles devem usar a compra no aplicativo de acordo com a diretriz 3.1.1”, afirmou.
Críticas no Twitter
A proibição foi recebida com ceticismo pela Damus, os bitcoiners e líderes de tecnologia do board da empresa, incluindo o próprio Jack Dorsey. Segundo ele, “as gorjetas não estão desbloqueando conteúdo”.
O fundador e CEO da Epic Games, Tim Sweeney, respondeu ao anúncio da empresa dizendo que “a Apple deve ser parada.”
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Tecnologias resistentes à censura
Dorsey já havia elogiado o Nostr como sendo uma das duas únicas “tecnologias verdadeiramente resistentes à censura em escala” — a outra sendo o Bitcoin.
Ao receber duas semanas de aviso prévio para modificar seu serviço de gorjeta no início deste mês, o Damus chamou a repressão da Apple de “bastante suspeita”, devido ao momento em que ela aconteceu. Isso foi pouco antes de a empresa proferir uma palestra no Fórum da Liberdade de Oslo sobre a importância das redes sociais descentralizadas baseadas na Lightning Network do Bitcoin.
Os críticos do Damus alegaram que a Apple simplesmente quer que a empresa “pague seus 30%” pelo conteúdo digital vendido em sua plataforma. Por outro lado, Damus alega que não há “30%” ou “parte financeira” envolvida no processo, uma vez que a tecnologia de pagamento que fornece é completamente ponto-a-ponto.
“Se as pessoas não podem transacionar livremente no formato p2p em sua plataforma, isso tem enormes implicações para todo o ecossistema de aplicativos com integração Lightning”, escreveu Damus na semana passada.
*Traduzido por Gustavo Martins com autorização do Decrypt.
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