As maiores criptomoedas andam de lado nesta segunda-feira (22), após mais um ataque hacker neste fim de semana, em uma cautela que também domina as negociações nos mercados de renda variável, onde investidores acompanham uma reunião-chave para resolver o impasse do teto da dívida americana.
Nas últimas 24 horas, o Bitcoin (BTC) opera em leve baixa de 0,7%, negociado a US$ 26.873,27, segundo dados do Coingecko.
Em reais, o BTC registra queda de 0,4%, para R$ 134.838,23, de acordo com o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).
O Ethereum (ETH) mostra estabilidade, cotado a US$ 1.816,37.
As altcoins são negociadas em direções opostas nesta segunda, com destaque para BNB (-0,7%), XRP (-1,6%), Cardano (+1,7%), Dogecoin (-1,8%), Polygon (-2,2%), Solana (-2,2%), Polkadot (-1%), Shiba Inu (+0,2%) e Avalanche (-0,0%).
Bitcoin hoje
Com investidores dos mercados tradicionais focados nas negociações para elevar o limite de endividamento do governo americano, traders do mercado de criptomoedas olham para fatores técnicos antes de fazer apostas.
Em meio à baixa liquidez, o Bitcoin acumula queda de 2% nos últimos 30 dias, o que pode marcar uma fase de consolidação.
“O Bitcoin fez uma correção para níveis entre US$ 27 mil e US$ 25 mil. É aqui que gostaríamos de ver alguma consolidação antes de um novo teste dos US$ 30 mil nos próximos dias”, disse Joe DiPasquale, CEO da gestora cripto BitBull Capital, em nota ao CoinDesk. “Embora talvez o mercado não veja um rali no curto prazo, a ação do preço está seguindo as expectativas, pois observamos uma consolidação durante o sentimento baixista.”
Com o passo atrás de grandes formadoras de mercado como Jane Street e Jump Trading e pressão regulatória, o mercado de criptomoedas tem perdido a liquidez e atraído menos interesse de investidores institucionais, aponta artigo da Bloomberg.
Ao mesmo tempo, indicadores de volatilidade mostram que traders esperam menores oscilações para o Ethereum em comparação com o Bitcoin no curto prazo, em uma reversão do padrão entre as duas maiores criptomoedas.
Investidores de BTC levaram um susto recentemente. Uma baleia de Bitcoin fez duas transferências de 10 mil BTC (cerca de R$ 1,3 bilhão cada) para a Coinbase em apenas uma semana, totalizando cerca de R$ 2,6 bilhões enviados para a corretora cripto americana no período.
Tornado Cash
A DAO do famoso mixer de criptomoedas Tornado Cash sofreu um grave ataque no sábado (20), que concedeu aos invasores o controle total sobre a governança do projeto.
O ataque foi possível porque hackers conseguiram que uma proposta, que escondia um código malicioso, fosse aprovada pela comunidade. Com a atualização no ar, os invasores obtiveram 1,2 milhão de votos extras da DAO, garantindo assim o domínio absoluto sobre a organização autônoma descentralizada (DAO) por trás do Tornado Cash.
O token TORN da plataforma despencou após a invasão, mas nesta segunda-feira (22) sobe mais de 7%, mostram dados do CoinGecko.
Uma proposta enviada por um endereço de carteira vinculada à invasão indica que o hacker pode reverter o ataque, informou o CoinDesk.
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“O invasor postou uma nova proposta para restaurar o estado de governança”, escreveu o usuário Tornadosaurus-Hex no fórum da comunidade do Tornado Cash, acrescentando que há uma “boa chance” de que o invasor a execute.
Bastidores da Braiscompany
No Brasil, o Ministério Público da Paraíba (MPPB) ajuizou uma ação civil pública contra seis empresas ligadas à Braiscompany, acusada de operar um esquema financeiro que teria causado pelo menos 3.300 vítimas em todo o país, de acordo com o InfoMoney.
Em entrevista ao Portal do Bitcoin, o ex-segurança da Braiscompany revelou os bastidores da pirâmide de R$ 2 bilhões.
“Eles conseguiram enganar praticamente todo mundo. Não escolhiam classe social, nem poupavam quem estava em estado terminal, morrendo de fome… tomaram casa, tomaram tudo. Campina Grande vive hoje num colapso financeiro”, avalia Ismael Lira.
Real Digital
Em meio a golpes e ainda à espera de regulamentação, o mercado cripto brasileiro segue com projetos inovadores.
A tokenizadora de ativos Liqi entrou em consórcio com outras duas companhias no projeto do real digital, informou o Valor Econômico. Uma delas é uma instituição financeira e lidera o consórcio.
O MB (Mercado Bitcoin) também participa do projeto com a registradora de recebíveis Cerc e com a empresa de infraestrutura tecnológica para o mercado financeiro Sinqia, enquanto o Banco do Nordeste propõe testar o uso de título público como garantia de microcrédito na moeda virtual do Banco Central, apurou o Valor.
Calote na Gemini
A corretora cripto Gemini, controlada pelos gêmeos Tyler e Cameron Winklevoss, informou que o Digital Currency Group (DCG) não realizou um pagamento pendente de US$ 630 milhões na semana passada. O DCG é dono da plataforma de crédito cripto Genesis, que pediu recuperação judicial no ano passado. A Gemini ameaçou processar o CEO do DCG, Barry Silbert, e seu conglomerado exigindo o pagamento de um empréstimo de US$ 900 milhões.
A corretora tinha uma parceria com a Genesis sob o programa de renda passiva com criptoativos Earn, que entrou no radar da SEC, a CVM americana. A Gemini diz que está conversando com a Genesis, sua controladora e credores para dar mais tempo para o pagamento e evitar uma declaração de default, de acordo com o CoinDesk, que também é controlado pelo DCG.
Outros destaques das criptomoedas
A Comissão de Valores Mobiliários da Malásia ordenou que a Huobi Global suspenda as operações no país, o que inclui desativar o site da exchange cripto e seus aplicativos móveis. Segundo comunicado divulgado pelo CoinDesk, a empresa estaria operando sem registro. O órgão regulador disse que a empresa deve parar de circular, publicar ou enviar anúncios para investidores da Malásia. A Huobi ainda não retornou pedido de comentário.
A Open Exchange, corretora lançada pelos fundadores do Three Arrows Capital (3AC), o hedge fund cripto que colapsou no ano passado, tem enfrentado obstáculos para deslanchar, conforme o The Wall Street Journal. O foco de Su Zhu e Kyle Davies, que estão entre os fundadores da nova exchange, são créditos bloqueados de empresas em recuperação judicial, como a FTX, Celsius e até mesmo o 3AC, mas a reputação de Zhu e Davies não tem ajudado.
“Se o mundo corporativo condenasse os fracassos e dissesse que quem fracassa não pode ter uma segunda oportunidade de montar um negócio, não acho que teríamos muitas das empresas bem-sucedidas que temos hoje”, disse Leslie Lamb, 29, diretora-presidente da Open Exchange, em entrevista ao WSJ.
Enquanto isso, um leilão realizado pela Sotheby’s na sexta-feira (19) levantou US$ 2,4 milhões com a venda de uma parte da coleção de tokens não fungíveis (NFTs) que foi confiscada do 3AC. A casa de leilões lançou a venda segmentada com NFTs da coleção Grails, formada como parte do portfólio de ativos do 3AC, e pretende realizar outras ofertas no futuro. O hedge fund de Singapura pediu recuperação judicial em julho de 2022.
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