Bandeira do Japão com moedas de bitcoin
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As criptomoedas operam sem rumo definido nesta quarta-feira (18), em linha com as bolsas internacionais, onde investidores seguem atentos aos efeitos dos juros mais altos nos balanços corporativos. 

O Bitcoin (BTC) mostra pouca variação nas últimas 24 horas, cotado a US$ 21.232,89. Em reais, o BTC tem leve queda de 0,2%, para R$ 109.288,37, de acordo com o Índice do Portal do Bitcoin (IPB). 

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O Ethereum (ETH) também mostra estabilidade, negociado a US$ 1.577,88, segundo dados do Coingecko. O número de validadores da rede Ethereum atingiu 500 mil, de acordo com dados do BeaconScan, antes mesmo da próxima grande atualização da rede, a Shanghai, programada para março. 

As altcoins operam entre perdas e ganhos, com destaque para BNB (-0,1%), XRP (+0,1%), Cardano (-1,5%), Dogecoin (+2,3%), Polygon (-1,9%), Solana (-4,9%), Polkadot (-1,1%) e Avalanche (+0,5%).

O destaque vai para Shiba Inu (SHIB), com alta de 14,5%, ainda na esteira do anúncio da rede Shibarium. 

Bitcoin hoje 

O Bitcoin subiu pelo quarto dia seguido ontem e o mercado se pergunta se o rali tem fôlego. 

André Franco, chefe de pesquisa do MB, diz que, no curto prazo, investidores devem ficar atentos à média móvel das últimas 20 semanas. Caso o Bitcoin fique acima dessa métrica, pode ser um indicador de início de “bull market”, ou seja, um ciclo de valorização dos criptoativos. 

Apesar dos recente ganhos, hedge funds atrelados a criptomoedas rastreados pelo provedor de índices BarclayHedge encerraram 2022 com perdas de quase 50%, disse a empresa de pesquisa na terça-feira (17), em um sinal de que o colapso da FTX continua a afetar o setor. Mas o resultado de 2022 não foi o pior desempenho do índice nos últimos cinco anos. O índice Cryptocurrency Traders terminou 2018 em queda acima de 60%, conforme a BarclayHedge, que faz parte da empresa Backstop Solutions. 

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Outro afetado pela quebra da FTX foi o banco Silvergate Capital, que registrou prejuízo de US$ 1 bilhão no quarto trimestre de 2022 comparado a um lucro líquido de US$ 18 milhões no mesmo período do ano passado. Clientes sacaram mais de US$ 8 bilhões do banco cripto nos últimos três meses do ano passado.

Ainda assim, as ações do Silvergate chegaram a subir mais de 10% em Nova York, após o banco reafirmar seu compromisso em continuar trabalhando com a indústria cripto. 

Crise do DCG 

O Digital Currency Group informou a acionistas que a empresa está suspendendo o pagamento de dividendos aos acionistas. 

“Em resposta ao atual ambiente de mercado, o DCG tem se concentrado em fortalecer nosso balanço, reduzindo as despesas operacionais e preservando a liquidez. Como tal, tomamos a decisão de suspender a distribuição trimestral de dividendos do DCG até novo aviso”, disse o grupo em carta aos acionistas enviada na terça-feira (17). 

O DCG, que controla o CoinDesk e a Grayscale Investments, enfrenta uma crise financeira devido aos problemas de liquidez em sua plataforma de crédito cripto Genesis, que foi afetada pela quebra da FTX. 

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Ao contrário de outros executivos da indústria cripto, Barry Silbert, CEO do DCG, alertou sobre os riscos observados por ele no mercado de ativos digitais, sinalizando em tuítes o que poderia dar errado, de acordo com o Wall Street Journal. No entanto, Silbert, 46, um veterano em reestruturações e com experiência em crises, agora tenta evitar que seu conglomerado tenha de recorrer à recuperação judicial. 

Em entrevista, o executivo mostrou confiança na recuperação do setor e do DCG: “Não há dúvidas quanto à nossa sobrevivência”, disse Silbert ao jornal. “Temos negócios fantásticos, grandes investimentos e uma equipe incrível.” 

Investigações na FTX 

A nova gestão da exchange cripto FTX disse a credores na terça-feira (17) que cerca de US$ 415 milhões em criptomoedas foram roubadas em ataques de hackers. A FTX recuperou mais de US$ 5 bilhões em cripto, dinheiro e valores mobiliários líquidos, mas alertou que ainda há rombos significativos nas exchanges internacionais e nos EUA.  

A empresa atribuiu parte do rombo a hackers, dizendo que US$ 323 milhões em criptomoedas foram hackeadas da unidade internacional da FTX e US$ 90 milhões da corretora no mercado americano desde que o grupo pediu recuperação judicial em 11 de novembro. 

Sam Bankman-Fried rebateu os números apresentados pelos novos administradores, segundo a Reuters. O fundador da FTX, atualmente em prisão domiciliar, afirmou que a FTX tem mais dinheiro do que o suficiente para pagar clientes nos EUA, aos quais deve entre US$ 181 milhões e US$ 497 milhões, segundo seus cálculos. SBF não tem acesso aos registros da FTX desde que renunciou ao cargo de CEO em novembro. 

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Apesar da preocupação de políticos nos EUA com os estragos causados pela FTX, mais de um em cada três dos 535 senadores e deputados americanos recebeu apoio em suas campanhas de executivos do antigo império de Bankman-Fried. O CoinDesk identificou 196 membros do novo Congresso – muitos dos quais tomaram posse na semana passada – que receberam dinheiro de SBF ou outros executivos da exchange. 

Outros destaques das criptomoedas 

A corretora cripto Coinbase Global decidiu encerrar as operações no Japão, menos de um mês após a rival Kraken anunciar sua retirada do país, informou a Bloomberg. Clientes têm até 16 de fevereiro para resgatar fundos em moeda fiduciária e cripto, disse a Coinbase no blog da empresa nesta quarta-feira.

“Devido às condições do mercado, nossa empresa tomou a difícil decisão de suspender as operações no Japão”, diz o post. A exchange americana planeja conduzir uma “revisão completa de nossos negócios no país”, segundo o comunicado. 

Enquanto isso, as vendas de ações por executivos da Coinbase despencaram em 2022, juntamente com o preço dos papéis da companhia. O cofundador e diretor-presidente da corretora, Brian Armstrong, embolsou US$ 4 milhões desde novembro com a venda de ações, de acordo documentos regulatórios.

Entre abril de 2021, quando a empresa abriu o capital, e janeiro de 2022, Armstrong e outros executivos haviam lucrado US$ 1,2 bilhão vendendo ações da Coinbase. Um porta-voz do grupo disse ao Wall Street Journal que essas transações são padrão e “não estão relacionadas a eventos do mercado”.  

Também citando as condições do mercado, a plataforma de ativos digitais OSL planeja cortar cerca de 30% da força de trabalho, conforme comunicado. A OSL, que tem a Fidelity International entre os investidores, está entre as várias empresas da indústria cripto que divulgaram cortes nas últimas semanas, entre elas a Coinbase, que anunciou a demissão de quase mil funcionários. 

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A Parfin, fintech anglo-brasileira especializada em infraestrutura blockchain, captou US$ 15 milhões em uma nova rodada de investimento, segundo o InfoMoney. A rodada foi liderada pela gestora cripto americana Framework Ventures e incluiu Alexia Ventures e Valor Capital. Em seu primeiro investimento, também participou da rodada o L4 Venture Builder, fundo de capital de risco criado pela B3 com US$ 600 milhões para alocação em startups. A Parfin planeja usar os fundos para aperfeiçoar produtos existentes e colocar novas soluções no mercado. 

Desenvolvedores de blockchain, cripto e Web3 continuaram a construir ecossistemas em 2022, mesmo diante do inverno cripto, disse a Electric Capital, uma empresa de capital de risco com foco no setor. Dados da Electric Capital mostram aumento de 8% no número de desenvolvedores que trabalharam em diferentes ecossistemas de blockchain, de acordo com relatório publicado pelo CoinDesk. 

O banco online alemão N26 anunciou a inclusão de mais países onde clientes podem negociar criptomoedas, de acordo com a Reuters. Além de Alemanha e Suíça, o N26 vai oferecer o serviço na Bélgica, Portugal e Irlanda. No ano passado, o N26 liberou a negociação de tokens apenas para alguns clientes na Áustria, em sua primeira incursão em ativos digitais. 

As suspeitas de que a Braiscompany mascara um esquema fraudulento ganham novo fôlego com o atraso, desde dezembro, dos rendimentos prometidos aos clientes do serviço de “locação de criptoativos”. Além de serem acusados de envolvimento na pirâmide financeira D9 Club, os fundadores da empresa, Antônio Neto Ais e sua esposa, Fabrícia Farias Campos, também podem ter participado de pelo menos outras duas supostas pirâmides financeiras: a Dreams Place Internacional e a i9Life, segundo relatos de clientes da Braiscompany em grupos no WhatsApp e Telegram. 

Em vídeo publicado no YouTube em 2017, Antônio já era acusado de promover a pirâmide financeira Dreams Place Internacional. No registro, o empresário aparece cercado de pessoas promovendo a empresa em questão. O Portal do Bitcoin entrou em contato com a Braiscompany para obter um posicionamento sobre a participação de Ais na Dreams Place Internacional e na i9Life, mas ainda não obteve retorno. 

Na esteira do colapso da FTX, uma pergunta não quer calar entre investidores cripto nos EUA: quem deve regular o mercado? Análise da Bloomberg aponta que uma decisão pendente em um tribunal federal de Nova York envolvendo a Ripple, emissora do token XRP, pode ser a chave dessa questão e determinar o futuro de inúmeros investidores e empresas do setor.

A disputa entre a Ripple e a SEC, a CVM dos EUA, que se arrasta desde 2020, visa determinar se um token digital se configura como valor mobiliário. Uma decisão sobre o caso é esperada neste primeiro semestre. 

Na França, empresas de criptoativos teriam que buscar autorização de reguladores para operar caso ainda não estejam registradas no país até 1º de janeiro de 2024, de acordo com planos de parlamentares apresentados na terça-feira (17). O projeto dá mais prazo do que o Senado, que propôs em dezembro estipular como data-limite outubro de 2023, em uma tentativa de impedir que empresas de criptomoedas aproveitem as novas regras da União Europeia sob o marco MiCA. 

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