Sam Bankman-Fried, fundador e CEO da corretora de criptomoedas FTX
Sam Bankman-Fried, fundador e ex-CEO da corretora de criptomoedas FTX (Foto: Reprodução/YouTube)

Sam-Bankman Fried (SBF), o bilionário dono da corretora FTX, revelou na quarta-feira (19) qual é a estrutura regulatória que ele considera ideal para a indústria de criptomoedas.

SBF disse que é um defensor da regulamentação usando listas de bloqueio, um modelo em que os indivíduos podem negociar livremente, a menos que estejam explicitamente sancionados por uma dessas listas.

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Isso está em contraste com as listas de permissões, em que os indivíduos são proibidos de negociar por padrão, a menos que seja explicitamente concedida permissão. 

“Precisamos de listas rápidas e confiáveis de endereços associados ao financiamento ilícito.” afirmou o empresário. “Mas as transferências peer-to-peer geralmente devem ser gratuitas, desde que não sejam para os atores sancionados.”

Em um documento mais detalhado no site da FTX, chamado “possíveis padrões da indústria de ativos digitais”, a exchange—provavelmente focando em seus principais investidores—argumentou ainda que o uso de listas de permissões seria um fardo enorme para a inovação e o comércio que “paralisa os economicamente desfavorecidos.”

Por outro lado, a argumentação da exchange, é de que simplesmente permitir todas as transferências abriria as comportas ao crime financeiro.

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Para a empresa, as listas de bloqueio alcançam um equilíbrio muito mais saudável entre as duas possibilidades.

“Isso pode simultaneamente impor o cumprimento das sanções de forma eficaz e, ao mesmo tempo, garantir que você não precise de um passaporte e do número da sua identidade para comprar um bagel na loja de conveniência”, disse SBF.

Aplicação prática

No entanto, a aplicação de tais sanções pode ser difícil na prática. A FTX levantou a questão de timing. “O que acontece se os fundos de atividades financeiras ilícitas forem transferidos depois que as atividades forem descobertas, mas antes de serem comunicadas a todas as plataformas?”, a exchange se perguntou.

Quando se trata da blockchain, os fundos roubados podem ser transferidos através de um número praticamente infinito de endereços, sendo bastante difícil descobrir a quem pertence cada endereço. Isso deixa as exchanges com a difícil tarefa de monitorar constantemente quais endereços estão associados a fundos ilegais e, portanto, colocá-los na lista de bloqueios. 

Mas até isso cria um conjunto próprio de problemas. Em agosto, um troll do Twitter enviou para centenas de endereços de alto perfil pequenas quantidades de Tornado Cash ETH “corrompido” , logo após o protocolo de privacidade ter sido sancionado pela Agência de Controle de Ativos Estrangeiros dos EUA (OFAC), criando uma bagunça jurídica para os destinatários involuntários. 

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A FTX sugeriu que a OFAC criasse um endereço especificamente para quaisquer vítimas desse tipo ação conhecida como dusting (ataque de varredura) enviarem seus fundos ilegais, “curando” seu endereço da lista de bloqueio. 

A exchange também recomendou que “parceiros de confiança” mantivessem suas próprias listas de endereços suspeitos de estarem relacionados a crimes financeiros, mas que ainda são juridicamente válidos para negociar. 

“Em outras palavras: enviar fundos sancionados é uma ação ilegal; receber esses fundos deve vir com uma possibilidade de cura”, concluiu.

*Traduzido por Gustavo Martins com autorização do Decrypt.

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