Vitalik-Buterin-Ethereum
Vitalik Buterin, criador do Ethereum (Foto: Flickr)

Pegadinha de 1º de abril ou não, o criador do Ethereum, Vitalik Buterin, aproveitou a data para publicar um longo texto em seu blog pessoal defendendo o que chamou de “comunismo degenerado” (Degen Communism), agitando a comunidade de criptomoedas.

No artigo, intitulado “Comunismo Degen: a única ideologia política correta“, Buterin começa criticando outras ideologias: “Ideias antigas que dominaram o pensamento político das elites, seja o capitalismo, o liberalismo, a social-democracia progressista ou qualquer outra coisa, estão perdendo popularidade rapidamente”.

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Segundo ele, “os capitalistas estão apoiando impostos”, enquanto os libertários estão “ativamente criticando os poucos em suas fileiras que ainda lembram que o libertarismo deveria ser sobre liberdade”.

“Então, em vez de tentarmos olhar para trás, precisamos olhar para frente. Qual é a ideologia voltada para o futuro que resolve esses problemas? O comunismo degenerado”, escreve o criador do Ethereum.

Buterin diz ainda que a internet da década de 2020 não quer mais “debates gentis entre profissionais”, mas sim “ação decisiva e tomada de risco”. Essa imagem reflete o que hoje já é usado no mercado cripto para definir “degen”, que é um investidor que não tem medo de perder dinheiro, mesmo investindo em projetos sem fundamentos, e que mantém sua posição mesmo com quedas de 90%.

“Isto leva-me à ideia central do comunismo degen: uma ideologia política que abraça abertamente o caos, mas ajusta regras e incentivos fundamentais para criar uma pressão de fundo onde as consequências do caos estão alinhadas com o bem comum”, diz ele no texto.

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“As ideias comunistas Degen podem ser adotadas por qualquer tipo de entidade com efeito de rede: projetos de criptomoedas, sites de mídia social, ambientes de jogos virtuais e governos. Muitas das ideias centrais são comuns a todas essas categorias”, completa.

Criptomoedas e o comunismo

Buterin continua seu texto relacionando as ideias com o mundo das criptomoedas, dizendo que este é um dos setores da sociedade que mais abraça o “degen”.

“Tem altos e baixos que não são vistos em quase nenhum outro mercado. Entretanto, os efeitos reais das quedas são muitas vezes menores do que parecem, razão pela qual o espaço não entrou em colapso completamente”, afirma.

O programador ainda comenta que, em casos de hacks, o reembolso às pessoas que sofreram prejuízo não deveria ser feito de forma igual. Em vez disso, ele defende que os investidores com posições menores tenham preferência, para só depois os mais “ricos” sejam ressarcidos.

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Buterin também apresenta uma série de propostas:

  • Memecoins e jogos podem doar uma parte de sua oferta para instituições de caridade;
  • Projetos podem realizar airdrops que fazem o possível para distribuir o máximo para usuários individuais, bem como para contribuidores de bens públicos, como desenvolvedores de software de código aberto, solo stakers, etc;
  • Os projetos podem ter programas de financiamento de bens públicos (sejam proativos ou retroativos);
  • Se um token de governança ficar muito concentrado e esses players tomarem decisões erradas, a comunidade deverá estar mais disposta a criar um fork do projeto e zerar os tokens desses players que tomaram as decisões erradas.

Antes de se estender falando sobre imigração e outros temas sociais e políticos, Buterin conclui a parte de criptomoedas dizendo que muitas de suas ideias eram difíceis de administrar em 2019, mas que hoje, com protocolos de personalidade e outros conceitos, é possível a adoção de um “comunismo degenerado”.

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