Um vídeo que circula nas redes sociais mostra centenas de clientes da GAS Consultoria comemorando, por engano, na tarde da quarta-feira (26), a liberdade de Glaidson Acácio dos Santos, dono da GAS Consultoria. “Uh, é G.A.S”, gritou seus apoiadores.
No entanto, logo veio a frustração. Por 2 votos a 1 o Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) negou mais um pedido de habeas corpus impetrado pela defesa do ex-garçom. Ele é suspeito de pirâmide financeira com criptomoedas e réu em processo que apura crimes contra o sistema financeiro nacional.
Alarme falso frustra GAS Consultoria
Como mostram as imagens, os apoiadores do negócio — que promete até 10% de rendimentos ao mês — se reuniram na frente do TRF2, que fica no centro do Rio de Janeiro. Eles estavam vestidos com uma camiseta branca com a sigla G.A.S nas costas, o que sugere que o movimento foi organizado antecipadamente.
Nos arredores do número 80 da rua Acre, onde fica o Tribunal, o grupo fixou faixas de apoio ao réu: “Macaé está com G.A.S. Agradecemos e estamos com Glaidson”, diz uma das frases. Outra faixa diz “Quem trabalha com criptomoedas não é bandido”.
Não se sabe de onde partiu ou quem deu a falsa notícia que Glaidson havia sido beneficiado com o Habeas Corpus. Contudo, a gritaria tomou conta da ‘torcida da GAS’.
Outros vídeos postados por veículos de comunicação também mostram apoiadores de Glaidson gritando “Solta o homem”. E quando ao sinal falso de liberdade, “Obrigado meu Deus”.
Assista ao vídeo:
Decisão de Habeas Corpus
Segundo publicação do TRF2, um dos argumentos dos magistrados, do desembargador Flávio Lucas, para negar a soltura de Glaidon, é a “possibilidade é real” de fuga do réu, já que ele tem “recursos e estrutura para se estabelecer fora do país”.
Este já é o terceiro pedido de habeas corpus impetrado pela defesa de Glaidson, que está preso desde agosto sob acusações de crime contra o sistema financeiro nacional, supostamente aplicado a partir de sua empresa GAS Consultoria. O negócio é conhecido em Cabo Frio, no Rio de Janeiro, por oferecer controversos contratos de investimentos em criptomoedas.
A Polícia Federal, a CVM e o Ministério Público, juntaram documentos apreendidos na operação Kryptos e a Justiça o tornou réu no início deste mês, juntamente com mais 16 acusados. Sua esposa Mirelis Zarpa, provável cabeça do negócio que prometia 10% de rendimentos ao mês, ainda está foragida.
Na ocasião da prisão de Glaidson e demais suspeitos, os agentes da PF e Receita Federal apreenderam 591 bitcoins, avaliados na cotação atual em cerca de R$ 195 milhões, dezenas de carros de luxo e mais de R$ 13 milhões em espécie.