“Vamos todos morrer se o Bitcoin for adotado”, diz economista na TV estatal chinesa

Na visão de Qu Qiang, da Universidade Renmin, sociedade chinesa iria encolher e explodir
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Qu Qiang, diretor assistente do Instituto Monetário Internacional da Universidade Renmin. Foto: Reprodução

O economista chinês Qu Qiang, diretor-assistente do Instituto Monetário Internacional da Universidade Renmin, disse em entrevista concedida na semana passada para o canal China Global Televion Network (CGTN) que todos iremos morrer se o Bitcoin for adotado.

“Se o BTC se tornasse uma moeda definitiva e fosse adotada por toda a sociedade humana, posso dizer exatamente o que vai acontecer como o pior cenário: nós todos vamos morrer”.

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Com feição séria estampada no rosto, ele disse que a previsão catastrófica não é piada. Para justificá-la, ele falou que o BTC, por ter um número total restrito, é uma moeda de deflação e poderia levar a uma ‘espiral mortal deflacionária’.

“Isso significa que a moeda não aumentará a quantidade e não acompanhará o crescimento do desenvolvimento humano. A sociedade inteira vai encolher e explodir. Foi isso o que aconteceu no final da dinastia Ming (governo da China entre 1368 e 1644), quando havia pouca prata”.

Yuan Digital

Enquanto prevê um futuro desastroso para uma possível adoção em massa do Bitcoin, Qiang promove o yuan digital, moeda digital central controlada pelo governo da China.

Em vídeo publicado no domingo (30) na CGTN, o economista disse que o ativo digital estatal é uma revolução e o país deu um grande passo ao lançá-lo.

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“Ela está em conformidade com todos os regulamentos, como regras antilavagem de dinheiro e de verificação de identidade, e com todas as regras monetárias do Banco Central e de autoridades fiscais. Eu acho que o governo chinês foi ousado e pioneiro no lançamento da moeda digital”, disse.

Outros chineses também tentam fomentar o yuan digital enquanto criticam as criptomoedas privadas. No início do mês passado, o economista Hsia Hua Sheng, vice-presidente do Banco da China no Brasil e professor de finanças da Fundação Getúlio Vargas (FGV), disse que moedas não controladas pelo Estado estão com os dias contados.