Imagem da matéria: Vagas para profissionais em blockchain, no Brasil e no mundo | Opinião
(Foto: Shutterstock)

A tecnologia blockchain continua sendo um campo determinante para investimento, desenvolvimento, pesquisa e inovação em todo o mundo. Diversos países já possuem planos estratégicos voltados para o mercado digital com seções que mencionam diretamente a tecnologia blockchain.

Vimos ser estabelecida, nos últimos anos, uma espécie de “corrida” entre diversas nações em busca da liderança em patentes e know-how em blockchain, independentemente do mercado de criptomoedas.

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Os países na liderança são China, Japão, Vietnã, Índia, Reino Unido, Estados Unidos, Suíça, Alemanha, Estônia, África do Sul, Nigéria, Canadá, Singapura e Bahamas. Essa corrida é muitas vezes amistosa, com associações internacionais unindo esforços em alguns projetos.

Um dos efeitos mais importantes desse fenômeno é a alta demanda gerada por profissionais capacitados em blockchain. Confira, a seguir, quais os principais cargos em blockchain disponíveis no mercado e como esse setor de qualificação tem se beneficiado com a etapa atual da revolução digital do século XXI, no Brasil e no mundo.

Os dez principais cargos em blockchain

Os postos de trabalho em blockchain são, em geral, adaptações de postos clássicos exigindo conhecimentos técnicos em blockchain de níveis variados mais experiência específica para a posição. Veja quais são os 10 principais cargos do mercado atualmente:

Desenvolvedor de Blockchain

Este profissional é o programador de blockchain, que projeta e escreve os algoritmos dos aplicativos descentralizados (dApps). São necessários conhecimentos em contratos inteligentes, Solidity, AngularJS, ReactJS e outras ferramentas de ponta. A principal plataforma de trabalho é a rede Ethereum.

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Auditor de Contratos Inteligentes

O auditor é responsável por averiguar a segurança e consistência dos contratos inteligentes das diversas plataformas existentes, como Ethereum e Cardano. Conhecimentos necessários incluem segurança computacional e criptografia.

Consultor de Blockchain

Profissional que auxilia empresas e instituições que buscam começar a utilizar blockchain em seus negócios. Dá suporte no planejamento estratégico e, possivelmente, no encaminhamento de uma “blockchain as a service”.

Gestor de Projetos em Blockchain

Profissional responsável por planejar, executar e submeter projetos em blockchain segundo os prazos e condições preestabelecidos.

Analista de Negócios em Blockchain

Este profissional faz a ponte entre a identificação dos problemas e necessidades de uma empresa e a escolha de tecnologias e soluções que se adequem a elas. Normalmente trabalha em consonância com outras empresas de consultoria blockchain.

Designer de Blockchain UX

UX, ou experiência do usuário, é o campo encarregado de fazer com que a interação “usuário-blockchain” flua de maneira descomplicada e agradável. Trabalham diretamente com os outros desenvolvedores na criação de interfaces de usuário otimizadas.

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Cientista de Dados em Blockchain

Este profissional é responsável pela análise de dados, machine learning, estatística e ciência da computação. As decisões são usadas nas empresas para o desenvolvimento estratégico e inovação.

Pesquisador de Blockchain

Responsável pelo estudo, pesquisa acadêmica e inovação em tecnologia blockchain.

Consultor Legal em Blockchain

Profissional responsável pelo assessoramento legal em blockchain. Este campo tem alta demanda e importância, pois está em desenvolvimento contínuo na medida em que mais países solidificam suas legislações para blockchain e criptomoedas.

Especialista da Comunicação em Blockchain

Responsável por criar e executar as estratégias de comunicação em blockchain dentro das empresas. Campo associado à atuação em marketing e relações públicas.

A demanda por esses profissionais só aumenta

Apesar da alta volatilidade do mercado de criptomoedas – que é, de fato, responsável por uma parcela da demanda por profissionais em blockchain – a procura por profissionais qualificados segue relativamente inabalada.

Isso acontece devido às inúmeras aplicações secundárias da tecnologia blockchain, que vem adentrando empresas, instituições e governos nacionais cada vez mais em ramos como saúde, educação, gestão de cadeias de suprimentos, computação em nuvem, mercado de ações e imobiliário e jogos, entre outros.

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A busca por empregos do tipo, em plataformas como LinkedIn e Indeed, mostra um grande número de cargos em aberto. Um relatório divulgado recentemente pela LinkedIn e OKX mostra que o número de cargos aumentou 76% ao ano, com salários que facilmente ultrapassam os US$125 mil ao ano.

Em média, o salário de desenvolvedores de blockchain é de 50% a 100% maior que o de desenvolvedores clássicos. Esses altos valores refletem a alta procura por profissionais para uma tecnologia em desenvolvimento, contraposta a uma baixíssima disponibilidade desses profissionais no mercado.

Mais instituições de qualificação também vêm surgindo ao longo do tempo, mas é improvável que elas sejam capazes de suprir essa demanda, que também deve continuar crescendo ao longo desta década. A Gartner prevê que a indústria blockchain, como um todo, atingirá o valor de US$ 3 trilhões até 2030.

E no Brasil?

No Brasil não é diferente. Em termos absolutos, já somos o sétimo país com maior demanda por profissionais especializados em blockchain. Apesar de o nosso país não ocupar a lista dos maiores líderes em pesquisa blockchain e criação de patentes, aqui a demanda também cresce e não faltam oportunidades.

O Brasil está em terceiro lugar entre os países que mais crescem em relação à demanda por profissionais de blockchain, a uma taxa anual de 518% (dados de 2021). Em segundo lugar está o Canadá, com 560%, e em primeiro a Espanha, com 609%.

Já existem alguns cursos de qualificação na área disponíveis no país. Além disso, há iniciativas como o programa Novos Rumos, do BNDES, e outras empresas (Energisa, FALM, Ifood, Norte Energia), para a capacitação de indivíduos. Este projeto foca a capacitação de pessoas em vulnerabilidade social, através de um investimento de cerca de R$30 milhões.

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Sobre o autor

Fares Alkudmani é formado em Administração pela Universidade Tishreen, na Síria, com MBA pela Edinburgh Business School, da Escócia. Naturalizado Brasileiro. Atua como Business Development Manager Brasil na Kucoin.

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