Este ano os Estados Unidos ultrapassaram a China como a potência mundial na mineração de bitcoin (BTC). E o estado do Texas se tornou um dos ambientes mais favoráveis a cripto nos EUA.
No entanto, conforme cada vez mais mineradores vão ao Texas, o estado está enfrentando uma controvérsia por conta da mineração.
“Existem monopólios de energia, sem dúvida”, afirmou Michelle Michot Foss, membro do Centro de Estudos sobre Energia em entrevista ao jornal local KHOU 11, em Houston.
“Não pense que, no Texas, nós fizemos um trabalho ruim em termos de antecipar o crescimento. Acredito que erramos em entender a sensibilidade do sistema a falhas”, acrescentou, falando sobre a possibilidade de falhas nas redes de energia.
A notícia surge após um período de crescimento significativo na mineração cripto no Texas que, por sua vez, foi acompanhado pelos comentários do senador pró-cripto Ted Cruz.
A migração de cripto para o Texas
Conforme a China começou a reprimir a indústria cripto como um todo, o estado do Texas estava ocupado em obter seu próprio pedaço do bolo.
Em março deste ano, a Argo Blockchain completou a aquisição de 320 acres de terra texana para lançar suas operações de mineração de bitcoin.
Em abril, a Riot Blockchain comprou outro enorme local para a mineração de bitcoin no Texas por US$ 650 milhões.
Um mês depois, após a proibição à mineração na China ter realmente começado a avançar, a empresa chinesa de mineração BIT Mining Limited anunciou um investimento em um centro de dados para a mineração de cripto no Texas de US$ 25 milhões.
O senador Cruz, em participação no Texas Blockchain Summit em outubro, afirmou que o bitcoin poderia usar os recursos abundantes de energia do estado, acrescentando lenha à imigração de mineradores.
“Metade do gás natural que é queimado nesse país está sendo queimado em Permian, no Oeste do Texas. Acredito que seja uma enorme oportunidade para o bitcoin porque essa é uma energia que está sendo desperdiçada”, explicou o senador.
Apesar dos comentários de Cruz, já se sabe que a mineração de bitcoin com fontes de energia não renováveis, como gás natural, é danosa ao meio ambiente.
De acordo com a Universidade de Cambridge, 61% da rede de mineração de bitcoin é alimentada por fontes de energia não renováveis ou de alta emissão de carbono (como o gás natural).
Segundo dados atuais, isso significaria que a mineração de bitcoin emite a mesma quantia de gases de efeito estufa do que mais de 59 bilhões de quilos de carvão queimado.
*Traduzido e editado por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.