A Unick Forex, empresa investigada por pirâmide pelo Ministério Público, publicou no dominigo (10) uma nota oficial na qual critica a imprensa e acusa o Portal do Bitcoin de espalhar notícias falsas sobre a empresa.
Na nota, a empresa acusa o Portal do Bitcoin de “publicar matérias falsas ‘descredibilizando’ a Unick”.
Cabe lembrar que as reportagens sobre a empresa são feitas com base nas afirmações das autoridades e fontes oficiais como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e o Ministério Público Federal (MPF).
O comunicado foi publicado após a veiculação da matéria com o Procurador da República no Rio Grande do Sul, Celso Tres, pelo qual ele afirma ao Portal do Bitcoin que há o risco de alguns integrantes da Unick não estarem mais na empresa.
Assim como a Unick Forex, a Indeal também está sendo investigada por suspeita em atuação de esquema de pirâmide financeira. Essa notícia se espalhou após uma entrevista cedida pelo procurador à Rádio GaúchaZH.
A reportagem tentou entrar em contato novamente com o presidente da empresa Leidimar Lopes, mas não obteve qualquer resposta até o fechamento dessa matéria.
Unick investigada
A investigação sobre a Unick Forex começou após a CVM ter proibido a empresa, bem como seus diretores, de captar clientes no Brasil. O órgão regulador, por meio do Memorando nº 167/2018-CVM/SMI/GME, concluiu que sua atuação era a de captação de poupança pública para investimentos no mercado.
“Dos relatos apresentados e do material colhido ao longo da investigação, ficaram patentes os indícios de oferta pública de investimento em valores mobiliários feita por pessoas não integrantes do sistema de distribuição previsto no art. 15 da Lei 6.385/76. Entre as evidências encontradas, merecem destaque: Documento constante do site da Unick, no qual, após descrever o que seria o mercado de Forex, a empresa deixa claro que opera captando poupança pública para investimento nesse mercado”.
A Unick Forex, contudo, por meio do seu comunicado afirma:
“que a empresa não faz captação de clientes com finalidade de investimentos, seguindo e respeitando integralmente as leis do mercado de capitais brasileiro”.
A empresa disse que o Ato declaratório CVM 16.169 não os impossibilita de vender seus produtos, serviços de educação financeira e outros serviços aos seus associados e que ela não é uma empresa de investimentos financeiros.
Da CVM ao MPF
O fato é que antes de o site sair do ar para fins de manutenção, as promessas feitas pela Unick Forex eram:
“A empresa paga uma porcentagem diariamente de acordo com o lucro das operações realizadas, para participar basta adquirir tickets da empresa para ter direito aos ganhos.”
Isso está público no próprio memorando apresentado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que resolveu remeter todo o caso ao MPF após ter averiguado “indícios de crimes” (palavras do próprio órgão regulador).
“Diante dos indícios verificados, a GME (Gerência de Estrutura de Mercado e Sistemas Eletrônicos) propôs a edição de Ato Declaratório determinando que os envolvidos cessassem as atividades irregulares(…). O Parecer foi favorável à publicação da Stop Order e recomendou a comunicação ao Ministério Público dos indícios de crime verificados.
Nesse contexto, foi publicado o Ato Declaratório 16.169. Com relação à comunicação ao Ministério Público, o Superintendente-Geral fez encaminhar o Ofício nº 058/2018/CVM/SGE à Procuradoria da República do Estado do Rio Grande do Sul”.
A Unick Forex afirma “que estar sendo investigado é algo normal em uma sociedade, todavia isso não quer dizer que a Unick cometeu algum crime contra economia popular”.
A questão, entretanto, é que o Portal do Bitcoin nunca afirmou que a empresa é criminosa, sempre se limitando aos termos suspeita, investigada e acusada.
Apesar de a empresa afirmar em nota que “nenhuma empresa séria de jornalismo publicou uma nota sequer denegrindo a Unick”, cabe esclarecer que assim como qualquer outra empresa que preza pela seriedade no jornalismo, o Portal do Bitcoin se reporta aos fatos em torno do mercado sem medo de expor a verdade.
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