Imagem da matéria: Trader brasileiro é sequestrado após sumir com R$ 2 milhões em bitcoin
Material apreendido pela polícia (Foto: Divulgação)

A Polícia Civil de Santa Catarina prendeu na terça-feira (8), em Balneário Camboriú (SC), dois empresários acusados de sequestrar e manter em cativeiro um trader brasileiro.

Em conversa com o Portal do Bitcoin, o delegado responsável pelo caso, Ícaro Malveira, disse que os empresários sequestraram o homem porque ele sumiu com R$ 2 milhões em criptomoedas, valor que pertencia a um deles e deveria ter sido usado em apostas esportivas.

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“No início os empresários foram injetando R$ 20 mil, R$ 40 mil, R$ 400 mil e estavam tendo retorno, a vítima até conseguiu duplicar esses valores em apostas. Então eles se empolgaram e um deles fez um empréstimo de bitcoins e repassou para a vítima realizar as apostas”.

O sequestro, segundo o delegado, aconteceu no dia 29 de maio. Na madrugada do dia 31, ele disse que a Polícia Civil de Santa Catarina recebeu uma ligação de agentes da Polícia Civil de São Paulo.

“Eles falaram que em depoimento os familiares do trader disseram que desde o dia 29 a vítima não atendia o telefone. Quando entrava em contato, dizia apenas frases curtas e pedia dinheiro para resolver um problema. Isso gerou um temor na família”, explicou.

Na manhã do dia 31, os agentes da Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Balneário Camboriú foram até o apartamento da vítima. Com ajuda de um zelador do condomínio, conseguiram entrar no local e libertá-la. Na ocasião, os policiais prenderam um homem responsável por manter o rapaz encarcerado a mando dos dois empresários.

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O delegado disse que o trader iria ser mantido em cativeiro até que devolvesse o dinheiro. Contou também que ele foi torturado e ameaçado de morte, além de ter sido forçado a escrever uma carta de despedida com o objetivo de simular uma possível morte.

No final de maio, o delegado Malveira encaminhou mandados de busca e apreensão nos endereços residenciais dos mandantes. No entanto, quando a polícia recebeu o deferimento dos pedidos pelo Poder Judiciário na quarta-feira (2), os investidores já haviam fugido e permaneceram foragidos até a terça-feira (8), quando se apresentaram na delegacia.

Eles entregaram à polícia uma pistola e dois celulares, mas confessaram que apagaram as mensagens dos aparelhos, instruídos por um advogado antigo. Agora eles estão presos temporariamente no presídio de Itajaí e vão responder pelo crime de extorsão mediante sequestro.

Arma e equipamentos eletrônicos apreendidos. Foto: divulgação

Trader suspeito de aplicar golpe

O delegado Malveira disse que só ao longo da investigação descobriu que a vítima, na realidade, havia dado um golpe nesses empresários.

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Segundo o relato dos investidores, o trader deveria ter depositado o bitcoin em um cartão virtual pré-pago do AstroPay e usado o saldo em sites de apostas esportivas fora do Brasil. No entanto, eles afirmam que o sujeito não converteu o BTC, e sim desviou as criptomoedas para o seu uso pessoal. 

Por outro lado, a vítima diz que os ativos foram perdidos em apostas que ele realizou sem o consentimento dos contratantes. “Ninguém sabe até agora onde esses bitcoins foram parar”, declarou o delegado.

Quando recebeu as criptomoedas no início de maio, o trader se mudou para Balneário Camboriú onde levava uma vida de luxo. Ele estava morando em um duplex que o aluguel custa R$ 10 mil e chegou até a encomendar um Porsche Macan estilizado, avaliado em R$ 440 mil. 

Ele tinha marcado para pagar o carro à vista na concessionária em 29 de maio, exatamente no dia que foi sequestrado. Agora, o trader voltou para São Paulo, onde já é investigado em outros casos por crimes de estelionato.

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