Token da plataforma Lido dispara 20%; ativo de staking que segue o preço do ether também volta a subir

O token staked ethereum (stETH) do Lido foi alvo de controvérsias em junho. Agora, está se estabilizando, gerando uma drástica alta para o token nativo.
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(Foto: Shutterstock)

LDO, o token nativo da plataforma Lido, disparou 21% nas últimas 24 horas, atingindo uma alta semanal de US$ 0,60.

Enquanto isso, seu token staked ethereum (stETH) — versão “sintética” que concede recompensas para quem alocar a criptomoeda “original” na plataforma Lido — parece ter se valorizado junto com o ether (ETH). Ambos subiram 1% no último dia: a versão “staked” (que concede recompensas) está precificada em US$ 1.078; o ether, em US$ 1.106.

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Porém, a atual lacuna entre ETH e stETH ainda representa uma discrepância de 2,5% para o token de staking do Lido.

Embora isso seja significativo, no auge de sua perda de paridade em junho, o stETH esteve 6% distante do preço do ETH, de acordo com um relatório feito pela empresa de análise em blockchain Nansen.

O token LDO é usado na governança do protocolo Lido, permitindo que holders ajudem a gerenciar taxas e a distribuição de tokens, aprovem e removam operadores de nós do Lido e votem em propostas de governança na Lido DAO.

Lido: uma solução de staking para o Ethereum

Qualquer pessoa pode se tornar um validador da Ethereum 2.0 contanto que tenham 32 ETH (ou US$ 32,4 mil) a serem “bloqueados” para ativar o software e obter recompensas pelo armazenamento de dados, processamento de transações e acréscimo de blocos na rede Ethereum. 

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Porém, para aqueles que não têm tanto dinheiro assim, Lido oferece uma opção.

O Lido é um pool (grupo) de staking que permite que pessoas façam o staking de qualquer quantia de ETH por meio de contratos autônomos ou inteligentes — contratos financeiros autoexecutáveis.

Usuários recebem retornos em stETH que, neste momento, não podem ser trocados por ETH até que a Fusão da rede esteja finalizada. O token stETH também pode ser usado em empréstimos, ser colocado em staking ou trocado por outros tokens.

O stETH é emitido pelo Lido para representar o ether que foi bloqueado na Beacon Chain do Ethereum — uma rede que, em breve, irá se fundir com a rede principal do Ethereum em uma atualização que fará com que toda a blockchain migre para um mecanismo proof of stake (ou PoS) e, supostamente, fará com que a rede seja 99,95% mais eficiente energeticamente, pois não dependerá mais do processo de mineração.

O Lido foi alvo de controvérsias em junho após a credora Celsius ter congelado saques para evitar uma corrida bancária que poderia ter afetado ainda mais o preço do stETH. Veio à tona que a Celsius tinha fundos em staking de clientes no Lido e, neste momento, possui quase US$ 450 milhões de stETH em uma carteira pública, segundo a Nansen.

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Atualmente, o Lido é o quarto maior protocolo de Finanças Descentralizadas (ou DeFi, na abreviatura em inglês) com um valor total bloqueado (ou TVL) de US$ 4,79 bilhões. A plataforma também representa grande parte dos depositantes (31,76%) de ether na Beacon Chain.

Apesar das preocupações referentes à centralização, 99,8% dos participantes da Lido DAO votaram em manter ilimitada a capacidade de staking de ether pelo protocolo.

Muitos não são a favor da Lido, como o fundador do Ethereum, Vitalik Buterin; o gestor de comunidade na Beacon Chain, Superphiz; e o pesquisador da Ethereum Foundation, Danny Ryan. Estes acreditam que a dominância de staking resultará na centralização.

Em resposta, Lido insiste que seu processo de staking não é contrário ao etos do Ethereum, afirmando que foi criado para “evitar que corretoras centralizadas ficassem com a maior parte do ether em staking” e “manter o Ethereum descentralizado”.

*Traduzido por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.