Tether, a emissora da stablecoin mais utilizada no mundo, anunciou nesta sexta-feira (18) uma troca de cadeia (chain swap) para migrar US$ 1 bilhão em USDT da blockchain da Solana para a rede do Ethereum.
Uma troca de cadeia é o processo de mover criptomoedas de uma blockchain para outra.
O anúncio ocorre quando a Solana, que há apenas algumas semanas se classificava entre as cinco maiores criptomoedas por capitalização de mercado, enfrenta dificuldades após o colapso da exchange FTX.
SOL agora ocupa o 16º lugar em valor de mercado, acumulando uma queda de 25,4% nos últimos sete dias. Atualmente, a criptomoeda é negociada por US$ 13.13, uma queda de 95% em relação ao seu recorde histórico de US$ 256.
A Tether já fez trocas de cadeia no passado, quando a demanda para usar suas stablecoins mudou de uma blockchain para outra. Por exemplo, em meados de 2020, a Tether trocou duas vezes US$ 1 bilhão em USDT da rede Tron para Ethereum, no período de dois meses.
Assim como a Tron e outras blockchains de contratos inteligentes, a Solana uma concorrente do Ethereum. Todas as principais criptomoedas — como Bitcoin e Ethereum — foram impactadas pelo desastre da FTX, mas Solana foi particularmente atingida por tudo que aconteceu.
A FTX, que já foi uma das maiores exchanges do mercado, tem laços profundos com Solana: a empresa investiu pesadamente em vários projetos cripto relacionados a Solana e foi fundamental no desenvolvimento da Serum, a principal exchange descentralizada e provedora de liquidez da Solana no meio DeFi.
O impacto da ruína da FTX
Após um suposto hack na FTX em 12 de novembro, em um momento em que as retiradas foram desativadas, a Serum foi essencialmente colocada offline. Os desenvolvedores cortaram o acesso a Serum, temendo que as chaves privadas do projeto, que também estavam alojadas na FTX, tivessem sido comprometidas.
A organização sem fins lucrativos Solana Foundation, que ajuda a expandir a blockchain da Solana, também admitiu que tinha US$ 1 milhão em dinheiro ou ativos equivalentes presos na FTX.
Ontem, a exchange concorrente Binance anunciou que suspendeu temporariamente os depósitos de Tether (USDT) e USD Coin (USDC) que estão alocados na rede da Solana.
Na semana passada, o Crypto.com também anunciou que desativaria o suporte para USDC e USDT na Solana.
Ao contrário das principais criptomoedas como Bitcoin e Ethereum, as stablecoins não são voláteis porque estão atreladas a ativos do mundo real – como dólares americanos ou euros – e ajudam aqueles que compram e vendem ativos digitais a fazê-lo rapidamente, sem a necessidade de acessar moedas fiduciárias.
Assim as stablecoins são muito usadas pelos traders, sendo ferramentas instrumentais no mundo das finanças descentralizadas.
A Tether é a maior emissora de stablecoin do mundo, cujos tokens podem ser usados em várias blockchains, como Ethereum, Tron ou Polygon.
A FTX perdeu bilhões de dólares em dinheiro de investidores em uma das histórias que mais marcaram o espaço cripto no ano. Foi descoberto que a FTX estava usando dinheiro dos clientes para fazer apostas por meio da Alameda Research, uma empresa de trading também fundada pelo CEO da FTX, Sam Bankman-Fried.
Após o colapso da FTX na semana passada, a empresa foi forçada a admitir que não possuía reservas de ativos de clientes de um para um, o que culminou no congelamento de saques e subsequente pedido de recuperação judicial nos EUA.
* Traduzido e editado com autorização do Decrypt.co
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