terrorista bitcoin
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A polícia francesa prendeu 29 indivíduos relacionados a um grupo terrorista sírio que supostamente usava lojas de conveniência que aceitavam Bitcoin para enviar centenas de milhares de euros em criptomoedas para o exterior, informou a agência de notícias local Capital na terça-feira (29).

Os clientes franceses podem comprar cupons de criptomoedas no valor de até € 250 (cerca de US$ 292) – fornecidos principalmente por duas empresas locais, Digycode e Keplerk – em mais de 30.000 lojas de conveniência e tabacarias em todo o país. Esses cupons pré-pagos podem ser trocados por Bitcoin e outras criptomoedas por meio das plataformas dos fornecedores citados.

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De acordo com a Procuradoria Nacional Antiterrorismo, os suspeitos estavam comprando esses cupons de criptomoedas e enviando seus códigos para os líderes do grupo – dois cidadãos franceses que atualmente residem na Síria. Os cupons foram então convertidos em Bitcoin na Turquia.

Ainda que seja exigido dos clientes informações de identificação para registrar uma conta nos sites dos emissores de cupons e receber seus Bitcoin, os líderes do grupo terrorista ainda conseguiram ativar com sucesso seus códigos de BTC. Eles conseguiram fazer a conversão apesar de terem sido condenados a 10 anos de prisão e de terem mandados de prisão internacionais emitidos contra eles, observou o veículo de comunicação.

O cofundador da Digycode, Christopher Villegas, disse à Capital que a empresa foi informada sobre a situação em julho e praticamente bloqueou o acesso à sua plataforma de fora da França desde então.

“Banimos todas as conexões fora da França e Suíça, todos os outros países como Turquia e Síria foram completamente banidos”, disse ele.

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O CEO da Keplerk, Adil Zakhar, acrescentou que “este caso mostra que a França tem sido capaz de se posicionar no que diz respeito a criptomoedas, inclusive na luta contra os abusos vinculados ao uso de Bitcoin”. Ainda assim, as recentes prisões reacenderam os debates sobre o potencial uso indevido de criptomoedas para atividades criminosas.

“Este caso trás à tona o financiamento do terrorismo na Síria por meio de criptomoedas e, em segundo plano, sobre as obrigações de combate a este tipo de operações que devem ser implementadas pelos prestadores de serviços do setor”, observou William O ‘ Rorke, sócio do escritório de advocacia ORWL especializado em tecnologias disruptivas e casos relacionados a blockchain.

Para evitar tais atividades, todas as empresas que vendem criptomoedas deverão obter a aprovação do provedor de serviços de ativos digitais (PSAN) da Autorité des marchés financiers (AMF), o regulador do mercado de ações da França, até o final do ano. Atualmente, apenas a exchange de criptomoedas Coinhouse possui o registro.

“Os sistemas de combate à lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo não permitem que tudo seja detectado, especialmente para pequenas transações”, disse O’Rorke, acrescentando: “Assim, é impossível avaliar se o sistema de vigilância está com defeito, mesmo que a expectativa seja de que a AMF e a ACPR estejam atentas no momento do registo do PSAN. ”

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Ele observou que os cupons de criptomoedas são a maneira mais simples de comprar Bitcoin na França e, consequentemente, a mais fácil de detectar. Ao mesmo tempo, seria muito menos arriscado para agentes mal-intencionados usar uma das plataformas de criptomoeda estrangeiras – e mais difícil para as autoridades descobrirem.

*Traduzido e editado com autorização da Decrypt.co
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