A Justiça Estadual do Paraná decretou a falência da Rental Coins, empresa fundada por Francisley Valdevino da Silva, que ficou conhecido como Sheik das Criptomoedas. A informação foi divulgada pelo jornal O Globo nesta quarta-feira (26) e ressalta que a companhia deverá apresentar em até cinco dias uma lista de credores.
A pirâmide financeira do Sheik foi alvo de operação da Polícia Federal no início do mês.
Segundo a reportagem, o pedido de falência foi decretado pela juíza Luciane Pereira Ramos, da 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de Curitiba, após um pedido de um credor. Fernando Cesar Nero Corsi afirma que a Rental Coins deve a ele R$ 66,2 mil.
A magistrada nomeou como administrador judicial o advogado Átila Sauner. O profissional do Direito será responsável por levantar todos os ativos que a Rental Coins possui e que poderão ser usados para pagar os credores, sendo grande parte clientes lesados pela pirâmide financeira.
O jornal O Globo entrevistou dois adovgados que representam clientes lesados pelo Sheik e ambos afirmam que a medida não foi a melhor quanto ao interesse da totalidade das vítimas. Jorge Calazan afirma que a decretação de falência prejudica os clientes.
“A falência foi pedida por um credor visando a assegurar o pagamento dos seus créditos. Mas, em casos dessa natureza, de empresas supostamente fraudulentas, a falência acaba sendo um presente, contribuindo com suas práticas ilícitas, pois distrai as autoridades e os investidores sobre o destino do capital angariado. Demonstraremos às autoridades que a falência trará prejuízos aos investidores lesados pelo golpista”, disse Calazans ao jornal.
Já o advogado Jeferson Brandão apontou que a decisão atinge apenas uma empresa do Sheik e que o ideal no caso seria uma ordem de prisão preventiva.
A Rental Coins enviou uma nota ao jornal afirmando que vai recorrer da decisão na Justiça e que empresa já entrou com um pedido de recuperação judicial na Justiça do Paraná, no qual detalha como irá pagar todos os seus credores.
O golpe do Sheik
No dia 6 de outubro, a Polícia Federal cumpriu mais de 20 mandados de busca e apreensão contra Francisley Valdevino da Silva, empresário de Curitiba acusado de montar uma organização criminosa que movimentou R$ 4 bilhões pelo sistema bancário oficial do Brasil, um valor que não leva em consideração as movimentações com criptomoedas.
Francisley é acusado de iludir milhares de vítimas que acreditavam nos serviços prometidos através de suas empresas, os quais consistiam no aluguel de criptoativos com pagamento de remunerações mensais que poderiam alcançar até 20% do capital investido.
Alegando vasta experiência no mercado de tecnologia e criptoativos, ele teria iludido os clientes informando possuir uma grande equipe de traders que realizariam operações de investimento com as criptomoedas alugadas e, assim, gerariam lucro para suportar o pagamento dos rendimentos.
Todas as promessas de investimento, no entanto, seriam uma farsa. Em reportagem do Fantástico exibida no último domingo, o delegado da Polícia Federal, Filipe Hille Pace, apontou que o esquema de Francisley era uma pirâmide clássica: não havia nenhum investimento, apenas dinheiro de novos clientes pagando os antigos.
“Não existe qualquer registro de que os valores ingressavam e eram realizadas operações de trading, de investimento em criptomoedas. O que reforça indícios que confirmam a prática dessa fraude, de que ele não investia o dinheiro das vítimas”, conclui o delegado.
O “Sheik” e os outros membros da organização são acusados de praticar crimes contra a economia popular e o sistema financeiro nacional, de estelionato, de lavagem transnacional de dinheiro e de formação de organização criminosa.
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