“Sheik das criptomoedas”: cantor Wesley Safadão luta com vítimas da Rental Coins por jatinho de R$ 37 milhões

A equipe jurídica de Safadão defende o direito dele manter o ativo, mesmo com a aeronave fazendo parte de arrestos determinados pela Justiça
wesley safadão em jatinho do sheik das criptomoedas

Wesley Safadão no jatinho que pertencia ao Sheik das criptomoedas (Foto: Reprodução/Instagram)

O cantor Wesley Safadão está brigando na Justiça com outras vítimas de Francisley Valdevino da Silva, o “Sheik das criptomoedas”, pelo direito de manter a posse de um jatinho no valor de R$ 37 milhões que teria recebido de garantia por investimentos na Rental Coins. A pirâmide financeira do Sheik foi alvo de operação da Polícia Federal no início do mês.

De acordo com reportagem publicada nesta terça-feira (18) pelo portal G1, o cantor é mais celebridade que teria caído no golpe de Francisley, que também deixou um prejuízo de R$ 1,2 milhão para Sasha Meneghel, filha da apresentadora Xuxa. A aeronave foi entregue a Safadão como garantia de que seus investimentos seriam pagos pelo golpista após os saques na Rental Coins terem sido bloqueados, no início do ano.

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O caso veio à tona após outras vítimas enganadas pelo esquema abrirem processos na Justiça pedindo o arresto de bens do conglomerado de empresas do “Sheik das criptomoedas” como forma de garantir o ressarcimento – inclusive o jatinho.

A equipe jurídica de Safadão, no entanto, defende o direito do cantor manter a aeronave sob seu controle, alegando que o artista foi “tão prejudicado quanto os demais”. 

“Ele também é um credor, porém teve a assessoria jurídica que se antecipou e pegou o jato como garantia de receber alguma coisa. Importante ressaltar também sobre ele ter pago uma parte [da aeronave] e estar com o financiamento todo aprovado pelo Banco do Brasil”, disse em nota a equipe jurídica do cantor ao G1.

Até o momento, Wesley Safadão continua com a aeronave em sua posse, mesmo ela estando na lista de arresto. Os advogados do artista foram capazes de suspender, de forma liminar, a apreensão do bem após ter um pedido atendido pelo poder judiciário.

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Acordo a portas fechadas

A equipe de Wesley Safadão disse ao G1 que o artista chegou a entrar com processo de transferência do bem para o seu nome na Agência Nacional de Aviação (Anac), mas o processo ainda não foi finalizado.

Enquanto isso não acontece, o jatinho continua em nome da ITX ADMINISTRADORA DE BENS LTDA, uma das diversas empresas do “Sheik das criptomoedas”. Entretanto, a empresa WS SHOWS LTDA, de Wesley Safadão, aparece como operadora da aeronave.

No Instagram do cantor, onde ele acumula quase 40 milhões de seguidores, a aeronave de R$ 37 milhões aparece diversas vezes, seja em fotos do cantor dentro do avião junto com a namorada, ou gravando dancinhas com o jatinho ilustrando o cenário ao fundo.

O golpe do Sheik

No dia 6 de outubro, a Polícia Federal cumpriu mais de 20 mandados de busca e apreensão contra Francisley Valdevino da Silva, empresário de Curitiba acusado de montar uma organização criminosa que movimentou R$ 4 bilhões pelo sistema bancário oficial do Brasil, um valor que não leva em consideração as movimentações com criptomoedas.

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Francisley é acusado de iludir milhares de vítimas que acreditavam nos serviços prometidos através de suas empresas, os quais consistiam no aluguel de criptoativos com pagamento de remunerações mensais que poderiam alcançar até 20% do capital investido.

Alegando vasta experiência no mercado de tecnologia e criptoativos, ele teria iludido os clientes informando possuir uma grande equipe de traders que realizariam operações de investimento com as criptomoedas alugadas e, assim, gerariam lucro para suportar o pagamento dos rendimentos.

Todas as promessas de investimento, no entanto, seriam uma farsa. Em reportagem do Fantástico exibida no último domingo, o delegado da Polícia Federal, Filipe Hille Pace, apontou que o esquema de Francisley era uma pirâmide clássica: não havia nenhum investimento, apenas dinheiro de novos clientes pagando os antigos.

“Não existe qualquer registro de que os valores ingressavam e eram realizadas operações de trading, de investimento em criptomoedas. O que reforça indícios que confirmam a prática dessa fraude, de que ele não investia o dinheiro das vítimas”, conclui o delegado.

O “Sheik” e os outros membros da organização são acusados de praticar crimes contra a economia popular e o sistema financeiro nacional, de estelionato, de lavagem transnacional de dinheiro e de formação de organização criminosa.

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