Satoshi Nakamoto ficou ativo na rede do Bitcoin até 2014, diz diretor da Coinbase

Conor Grogan afirma ter identificado carteiras possivelmente pertencentes ao criador do Bitcoin que podem dar pistas sobre sua identidade
Estátua do misterioso fundador do Bitcoin, Satoshi Nakamoto, esculpida por Reka Gergely e Tamas Gilly e instalada em Budapest, na Hungria

Estátua de Satoshi Nakamoto instalada em Budapest, na Hungria (Foto: Shutterstock)

O diretor da Coinbase, Conor Grogan, afirma ter identificado carteiras possivelmente pertencentes a Satoshi Nakamoto, sugerindo que o criador do Bitcoin esteve ativo na blockchain até 2014.

“Analisei as carteiras de Satoshi Nakamoto; encontrei uma série de novas descobertas que acho que não foram relatadas anteriormente, incluindo: meu melhor palpite é que Satoshi esteve ativo na blockchain pela última vez em 2014; ele pode ter usado uma corretora de BTC canadense (!); a Kraken pode saber a identidade de Satoshi”, escreveu Grogan na tarde da quarta-feira (5), dando início a uma thread no X.

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Nakamoto desapareceu em abril de 2011, quando enviou sua última mensagem ao desenvolvedor Mike Hearn, dizendo que o Bitcoin estava “em boas mãos” com Gavin Andresen. Sua saída coincidiu com a visita de Andresen à CIA, alimentando teorias sobre uma possível relação entre os eventos.

Conforme o tweet de Grogan, ele se baseia no estudo do “Padrão Patoshi”, um conjunto de endereços de Bitcoin recentemente analisado pela plataforma Arkham. Embora não haja prova definitiva de que essas carteiras pertencem a Satoshi, o diretor da Coinbase acredita que há fortes evidências.

O termo “Padrão Patoshi” (“Patoshi Pattern” em inglês) foi criado pelo pesquisador Sergio Demian Lerner em 2013 para descrever o padrão de blocos que parecem ter sido minerados por essa única entidade. Como o padrão começa com o bloco gênesis (primeiro bloco minerado), assume-se que Patoshi pode ser o próprio Satoshi Nakamoto.

Se Satoshi Nakamoto ainda tivesse acesso aos fundos, ele controlaria cerca de 1,1 milhão de BTC, avaliados atualmente em US$ 108 bilhões, tornando-o um dos indivíduos mais ricos do mundo.

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Jesse Powell saberia a identidade de Satoshi Nakamoto

Grogan identificou 24 transações de saída desses endereços, sendo a mais frequente destinada a um endereço que também recebeu BTCs da exchange canadense CaVirtEx. Para ele, essa pode ser a primeira transação on-chain documentada entre uma carteira ligada a Satoshi e uma corretora centralizada.

A CaVirtEx foi adquirida pela Kraken em 2016, e Grogan sugere que Jesse Powell, cofundador da exchange, pode ter informações sobre a identidade de Nakamoto, caso dados de KYC tenham sido preservados.

“Há uma chance de que @jespow tenha informações sobre a verdadeira identidade por trás de Satoshi, se eles mantiveram alguma informação KYC nesta carteira. Meu conselho a ele seria deletar os dados”, escreveu Grogan.

No entanto, comenta o site The Block, Powell nunca afirmou saber quem é Satoshi e, em entrevistas, disse acreditar que ele pode ser um indivíduo ou um grupo com grande conhecimento técnico. Em resposta à thread de Grogan, a conta oficial da Kraken no X disse apenas: “Somos todos Satoshi.”

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Em outubro de 2024, o documentário da HBO “Money Electric” sugeriu que o desenvolvedor canadense Peter Todd poderia ser Nakamoto, mas Todd negou qualquer envolvimento.

Grogan afirmou que essa nova evidência reduziu sua crença de que Satoshi era Len Sassaman, um criptógrafo ligado ao Bitcoin que morreu em 2011. Por outro lado, ele acredita que a falta de movimentação nessas carteiras até 2014 reforça a ideia de que Nakamoto não está mais ativo.

No mês anterior, Grogan também identificou 430 BTC ligados a Ross Ulbricht, fundador da Silk Road, que permaneceram intocados por 13 anos. Ele conclui que sua pesquisa pode ajudar a confirmar se o “Padrão Patoshi” pertence exclusivamente ao criador do Bitcoin.