A Rússia está usando dezenas de milhões de dólares por mês em criptomoedas para facilitar parte de suas exportações de petróleo para China e Índia, contornando sanções ocidentais, segundo informações da Reuters nesta sexta-feira (14). Conforme explica a publicação, empresas russas têm utilizado Bitcoin, Ethereum e a stablecoin USDT para converter yuans e rúpias em rublos por meio de intermediários.
Desde dezembro, leis permitiram o uso de cripto em pagamentos internacionais. Apesar das sanções, seu uso na indústria petrolífera russa cresce, com apoio do Banco Central para driblar restrições. Autoridades veem as criptomoedas como ferramenta eficaz contra sanções, e a tendência deve continuar, explica a Reuters.
A agência acrescentou que, segundo pessoas familiarizadas com o assunto que pediram para não serem identificadas, essa é uma parte pequena, mas crescente, do comércio geral de petróleo da Rússia, ressaltando que no ano passado, o Banco Central da Rússia afirmou que atrasos em pagamentos devido a sanções se tornaram um grande desafio para a economia local. Procurada para comentar o assunto, a entidade não se manifestou, diz a publicação.
Arranjo da Rússia
A Reuters apurou como o arranjo funciona na prática: no comércio de petróleo russo, compradores chineses pagam intermediários em yuans, que trocam os valores por criptomoedas e os transferem para contas na Rússia, onde são convertidos em rublos.
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As operações com criptoativos alcançam dezenas de milhões de dólares por mês, mas moedas convencionais ainda predominam. Outras alternativas incluem o uso do dirham dos Emirados Árabes.
A Rússia aprovou no ano passado uma legislação cripto que foi rapidamente sancionada pelo presidente Vladimir Putin. Embora a lei não revogue a proibição existente do uso de criptomoedas como moeda legal dentro do país, ela agora permitia pagamentos transfronteiriços com ativos digitais.
Na época, especialistas disseram que não estava claro como a lei permitiria que os pagamentos fossem feitos porque não foram apresentadas regras específicas. Em vez disso, o projeto aprovado dava poder ao banco central da Rússia para supervisionar um regime “experimental”.
Desde fevereiro de 2022, quando começou a guerra com a Ucrânia, a Rússia já enfrentou mais de 16.500 sanções vindas dos Estados Unidos, Reino Unido, União Europeia, Austrália, Canadá e Japão.
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