Imagem da matéria: Rapper, jornalista e cringe: conheça o casal preso com 94 mil bitcoins
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A comunidade das criptomoedas está em polvorosa: quem são Heather Morgan e Ilya Lichtenstein, o casal acusado de roubar US$ 3,6 bilhões em bitcoins (BTC) ligados ao hack na Bitfinex em 2016?

O caso já seria por si só alvo de enorme publicidade –trata-se do maior confisco de Bitcoins de todos os tempos e tem até o poder de derrubar o preço da moeda caso o governo dos Estados Unidos resolva vender. Mas, além disso, a personalidade extravagante do casal adiciona uma camada que só pode terminar com uma cinebiografia da Netflix com Lady Gaga interpretando Heather.

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Após supostamente cometer o roubo bilionário, Heather Morgan passou a investir em múltiplas frentes: rapper, influenciadora e repórter freelancer de veículos importantes como Inc. e Forbes. Nesse último, ela assina um artigo sobre como manter seus negócios seguro de cyber ataques.

Artigo da acusada de roubo bilionário da Bitfinex na Forbes (Foto: Reprodução)

Heather entrevistou para a Forbes diversas fontes de destaque: o chefe de compliance da BitFlyer, a gerente de manutenção de riscos da Greenlight, um PhD em antropologia que presta consultoria de compliance para grandes empresas, a chefe de compliance da BitGo, e a vice-presidente da Ladder Lifer Insurance.

No texto, ela escreveu que “cybercriminosos e fraudadores estão tomando vantagem dessa inesperada disrupção [covid-19], levando a um aumento forte em esquema fraudulentos e crimes cibernéticos”.

Na biografia disponível na reportagem, Morgan é descrita como: “economista internacional, empreendedora e investidora em empresas de software B2B. Ela é especialista em persuasão, engenharia social e teoria dos jogos. Morgan é cofundadora e CEO da Endpass, que usa Inteligência Artificial (IA) para automatizar a verificação de identidade enquanto detecta fraudes de forma proativa. Quando ela não está fazendo engenharia reversa no mercado negro (sic) para pensar em maneiras melhores de combater fraudes e crimes cibernéticos, ela gosta de fazer rap e desenhar moda streetwear”.

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A rapper mais rica do mundo

Mas o que está levando o pessoal na internet ao delírio são os vídeos de Heather como rapper. O nome artístico dela nessa faceta é Razzlekhan. Os vídeos de seu canal de YouTube foram todos retirados do ar, com exceção de um no qual demonstra apoio ao movimento “Black Lives Matter”.

Mas o Twitter é o repositório eterno de coisas que as pessoas gostariam de ver esquecidas. E graças a isso temos diversos exemplos da carreira musical da ré.

Em seu site, que ainda está no ar, Heather (ou melhor, Razzlekhan) define sua música de forma muito sui generis: defensora dos pobres e oprimidos.

Muitos usuários do Twitter tem definido a atuação musical dela com o termo mais temido por pessoas acima dos 25: cringe, palavra usada para algo vergonhoso e que explodiu em 2021.

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“Ninguém sabe ao certo de onde essa rapper é – pode ser o deserto do norte da África, das selvas do Vietnã ou de outro universo. Tudo o que importa é que ela está aqui para defender os desajustados e oprimidos em todos os lugares. (Nós sabemos que ela é descendente de uma tribo nômade!)”. É assim que Razzlekhan é definida em seu próprio site.

Marido mais low profile

Ilya Lichtenstein tem um perfil mais reservado. Segundo reportagem do The New York Times, seu apelido é “Dutch” e ele possui cidadania americana e russa.

Seu perfil no LinkedIn ainda está ativo e ele se define como “empreendedor de tecnologia, codificador e investidor. Interessado em tecnologia blockchain, automação e big data. Fundador da Endpass – uma startup de blockchain que resolve problemas de identidade e autenticação descentralizada. Minha experiência é em dimensionar vendas B2B, automatizar processos de negócios e dimensionar marketing de saída. Anteriormente, fundador e CEO da MixRank, ex-Y Combinator. Além disso, investidor anjo em startups promissoras e tecnologias de cripto”.

Caso Bitfinex

Nesta terça-feira (8), o Departamento de Justiça dos EUA (ou DOJ, na sigla em inglês) anunciou que duas pessoas foram presas por acusações de conspiração de lavagem de criptomoedas roubadas durante o hack à Bitfinex em 2016.

Até agora, autoridades confiscaram mais de US$ 3,6 bilhões em bitcoins (BTC) ligados ao hack, segundo o DOJ.

“As prisões de hoje, e o maior confisco financeiro pelo departamento, mostram que criptomoedas não são um refúgio para criminosos”, afirmou a vice-procuradora Lisa O. Monaco.

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De acordo com a declaração do DOJ, autoridades federais prenderam Ilya Lichtenstein e sua esposa Heather Morgan, mas os liberaram após pagamento de fiança.

Ambos são da cidade de Nova York e foram acusados de conspiração para fraudar os Estados Unidos. Esses crimes podem resultar em até 25 anos de prisão.

Segundo documentos do tribunal, ambas as partes alegadamente conspiraram em lavar 119.754 BTCs, todos roubados da plataforma Bitfinex quando foi hackeada em 2016.

Durante o hack, mais de duas mil transações não autorizadas enviaram fundos ilícitos a uma carteira digital que estava sob o controle de Lichtenstein, afirmam as autoridades.

94 mil bitcoins da Bitfinex

Por meio de um “complicado processo de lavagem de dinheiro”, alguns desses fundos acabaram indo para contas tradicionais operadas e controladas por ambas as partes, afirma o DOJ.

O restante dos fundos (compostos de mais de 94 mil BTC) continuou na carteira de Lichtenstein, de acordo com o DOJ. Agentes federais obtiveram acesso a esses documentos após a execução de mandados de busca autorizados pelo tribunal.

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“Criptomoedas e as corretoras de moedas digitais que as negociam compõem uma parte expandida do sistema financeiro americano, mas roubos de moedas digitais executados por meio de esquemas complexos de lavagem de dinheiro podem prejudicar a confiança em criptomoedas”, afirmou o procurador Matthew N. Graves.

Em termos de como os fundos foram movimentados, autoridades federais afirmam que ambas as partes implementaram “inúmeras técnicas sofisticadas de lavagem”.

Essas alegadamente incluem o uso de identidades falsas para criar contas on-line, usando programas de computador para automatizar transações e depositando fundos roubados em contas de múltiplas corretoras e mercados da darknet (um processo chamado de “layering”).

Em seguida, o casal alegadamente converteu bitcoin para outras formas de criptomoedas, descritas pelo DOJ como “moedas virtuais com anonimidade reforçada”, bem como usando contas comerciais americanas para legitimar sua atividade.

“Agentes especiais da Unidade de Cibercrimes do IRS-CI novamente desvendaram uma técnica sofisticada de lavagem, permitindo que rastreassem, acessassem e confiscassem os fundos roubados, resultando no maior confisco de criptomoedas até hoje, avaliado em mais de US$ 3,6 bilhões”, afirmou Jim lee, diretor de investigação criminal do Serviço Interno de Receita (ou IRS).

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