O Ministério do Interior do Quênia anunciou nesta quarta-feira (2) a suspensão do polêmico projeto de criptomoedas Worldcoin no país, de acordo com um anúncio oficial publicado na página do Ministério no Facebook.
Esta decisão, de acordo com o ministério, é uma medida de precaução, para garantir a segurança pública. A suspensão persistirá até que as agências competentes possam avaliar e certificar o projeto como isento de riscos.
O Decrypt entrou em contato com as autoridades quenianas e com a Worldcoin, mas nenhuma das partes respondeu ainda.
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O projeto Worldcoin, criado pelo CEO da OpenAI, Sam Altman, tem sido bastante questionada por defensores de questões de privacidade. O projeto escaneia as íris do olho humano e fornece aos indivíduos um passaporte digital.
A empresa afirma que essas identidades mundiais serão cruciais à medida que a inteligência artificial vem se tornando mais influente e permitirá que os humanos provem que não são robôs.
No entanto, a legalidade desta coleta de dados, iniciada há apenas nove dias, levantou uma série de dúvidas. A principal preocupação gira especificamente em torno das condições de armazenamento desses dados biométricos sensíveis.
Em resposta a essas preocupações, os reguladores europeus intensificaram a verificação da Worldcoin. França, Alemanha e Reino Unido estão entre os países que já iniciaram investigações sobre este controverso projeto cripto.
O Gabinete do Comissário de Informação do Reino Unido (ICO) declarou que as organizações precisam realizar uma avaliação de impacto sobre a proteção de dados antes de começar a processar dados de “alto risco”.
Escaneamento dos olhos
Apesar desses obstáculos, os orbs da Worldcoin — dispositivos que realizam as varreduras de íris — ainda estão em operação nesses países. Especificamente, dois estão situados na Inglaterra, um na França e dois na Alemanha. Além disso, existem atualmente 366 orbs ativos em todo o mundo, com um total de 2 mil unidades já fabricadas e preparadas para implantação.
Abordando essas preocupações com a privacidade, a Worldcoin escreveu em seu site que o projeto é “totalmente compatível com todas as leis e regulamentos que regem a coleta e transferência de dados biométricos, incluindo o Regulamento Geral de Proteção de Dados da Europa (GDPR).”
Enquanto Altman tem alegado que uma pessoa está sendo verificada a cada oito segundos, a Worldcoin anunciou planos para aumentar o número de orbs nas principais cidades nos próximos meses para multiplicar por cinco a capacidade de inscrições.
De acordo com o contador ao vivo no site da Worldcoin, mais de 2 milhões de pessoas de 120 nacionalidades diferentes em 34 países já se inscreveram.
O elevado número de inscrições deve-se em grande parte ao incentivo oferecido pelo projeto. Voluntários recebem 25 tokens WLD em troca de uma imagem das suas íris.
Listado recentemente nas principais exchanges, o token tinha o preço de US$ 2,39 na manhã desta quarta. A máxima histórica de preço do token é de US$ 7,50.
*Traduzido por Gustavo Martins com autorização do Decrypt.
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