O CEO da Thodex, corretora de criptomoedas da Turquia que saiu do ar e suspeito de fraude, publicou na noite de quinta-feira (22) em seu perfil no Twitter que teve que interromper as negociações da exchange para investigar um suposto ataque hacker.
Segundo Faruk Fatih Ozer, no entanto, os US$ 2 bilhões em criptomoedas dos 391.000 investidores da empresa estariam seguros. “Nenhum cliente será afetado”, escreveu ele.
Apesar de tentar apaziguar a situação, Ozer, segundo o governo turco, teria fugido para a Albânia, pequeno país localizado no sudeste da Europa. A Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) – a pedido da Turquia – emitiu um aviso vermelho contra ele.
Na manhã desta sexta-feira (23), a polícia do país prendeu 62 pessoas que podem estar envolvidas com a exchange, segundo a Anadolu, agência oficial de notícias do país.
Além das prisões, o governo apreendeu documentos da corretora. O conselho de investigação de crimes financeiros da Turquia, chamado de MASAK, também bloqueou as contas bancárias do negócio.
Desespero dos clientes
No Twitter, diversos clientes enviaram mensagens lamentando a situação ou pedindo ajuda para membros do governo.
“Prezado ministro @thodexofficial. Eu não quero dinheiro. Thodex abra minha conta, deixe-me transferir meu saldo em criptomoedas para outra carteira. Eles podem fazer isso. Peço que você (ministro) faça o que for necessário para remediar esta reclamação”, disse um deles.
“Amigos que investiram dinheiro (na Thodex) , espero que consigar receber o valor”, disse outro usuário em um comentário no perfil do Twitter do CEO da exchange.
Turquia contra as criptomoedas
O governo da Turquia não é muito fã das criptomoedas. Na semana passada, o Banco Central do país proibiu o uso de bitcoin e altcoins como forma de pagamento de bens e serviços. A nova legislação entra em vigor no dia 30 de abril.
O anúncio foi feito no momento em que os ativos digitais estavam a todo vapor no país, que viu sua moeda – a lira turca – enfraquecer e atingir baixas históricas no mês passado por causa da inflação.
Em março, as buscas por bitcoin no Google disparam no país — chegando a 100 numa escala de 0-100 — após desvalorização da moeda local.