O youtuber de finanças Thiago Nigro, mais conhecido como Primo Rico, se arrependeu das publicações no Twitter acerca da criptomoeda ‘Vira-Lata Finance’ (REAU). Após projeto brasileiro que tentou imitar a Dogecoin ter sido acusado de golpe, ele apagou todas as menções.
Procurado pelo Portal do Bitcoin, Nigro disse via Twitter que preferiu ficar de fora: “Ao conhecer melhor a criptomoeda, e entender a motivação da maior parte dos envolvidos, preferi ficar de fora desse contexto”.
Desde o início das denúncias, o REAU desvalorizou cerca de 90%. A brincadeira, no estilo Elon Musk, começou no dia 28 de março. “Reau? Au au”, foram alguns dos tweets. Àquela altura, o site da VEJA já havia publicado sobre o assunto; mais tarde, a CNN.
No dia seguinte, Nigro fez outra postagem na qual ele postou um meme do Rei Leão, com uma foto do influenciador segurando o vira-lata caramelo.
Criptomoeda controversa
A criptomoeda, cuja modalidade é de protocolo DeFi (sigla em inglês para Finanças Descentralizadas) foi lançada no mês passado e teve até mesmo outdoors espalhados em várias cidades. Mas passou a ter seu preço inflado e muita concentração de ativos em poucas carteiras.
Isso motivou um grupo de pessoas anônimas a denunciar o projeto como golpe, o que pode ter levado Nigro a se afugentar, assim como os investidores. Um dossiê então foi revelado ao público e veio então a queda acentuada do REAU.
O documento de 21 páginas diz que o projeto seria um tipo de ‘pirâmide financeira’ ou ‘esquema ponzi’, no qual o sucesso do negócio dependeria da entrada de novos investidores. Diz também que a equipe por traz do REAU – que é desconhecida — estaria inflando o preço do ativo de forma artificial para lucrar com as vendas, estratégia conhecida como pump and dump.
Primo Rico e REAU
O Primo Rico passou a se envolver mais com as criptomoedas não faz muito tempo, apesar de no passado ter comprado e vendido bitcoin. Contudo, com o mercado em alta a mais de um ano, o empresário se engajou de tal forma que fez até parceria com uma exchange.
A reportagem também contatou a equipe do projeto por meio de grupo do Telegram, mas não houve resposta. Nas mensagens fixadas na sala de conversa, no entanto, o criador — ou criadores — da criptomoeda disseram que as alegações do dossiê são falsas e que a REAU não é pirâmide ou ponzi.
Sobre o preço inflado e concentração de criptomoedas em carteiras, o comunicado alega que “em qualquer mercado, seja na bolsa de valores ou cripto mercados, haverá pessoas com maior poder financeiro concentrado e que podem sim gerar oscilação no mercado”.