Imagem da matéria: Polícia Federal prende empresária que movimentou R$ 324 milhões ligados à GAS Consultoria
Eliane Medeiros (D), com Claudio Oliveira (em pé) e os criadores da GAS Consultoria em 2019 (Foto: Divulgação)

A Polícia Federal prendeu nesta quinta-feira (03) uma empresária de criptomoedas ligada ao caso GAS Consultoria em uma operação realizada no Mato Grosso Sul.

O Portal do Bitcoin teve acesso ao mandado de busca e apreensão autorizado pela Justiça Federal no qual consta a autorização da operação. Conforme o documento, foi decretada a prisão preventiva de Eliane Medeiros, que dirigia a corretora CointradeCx.

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Foi autorizada a busca e apreensão de documentos, valores em dinheiro e HDs. Além disso, o texto cita a possibilidade de a polícia apreender carteiras de criptomoedas e as seeds que dão acesso ao conteúdo da carteira.

A prisão faz parte da operação Valeta, que é um desdobramento da Operação Kryptos, que prendeu no ano passado o Faraó do Bitcoin Glaidson dos Santos.

Em nota divulgada à imprensa, a PF afirmou que a ação visa desarticular uma organização criminosa responsável por fraudes bilionárias envolvendo criptomoedas.

De acordo com o órgão, investigações revelaram que uma advogada responsável pela administração de empresas com sede em Campo Grande (MS) intermediava movimentações financeiras entre a principal empresa investigada na Operação Kryptos — o que sugere ser a GAS Consultoria — e empresas estabelecidas no exterior.

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“Conforme foi apurado, a conduta da investigada possibilitou a continuidade das atividades ilícitas desenvolvidas pela referida empresa, mesmo após a deflagração da primeira fase da operação”, explicou a PF, acrescentando que as atividades da investigada se intensificaram após a ação da polícia no ano passado.

As investigações mostraram também que a investigada foi a responsável pela criação de uma corretora de criptoativos, diz a nota da instituição. O ‘empreendimento’, contudo, teria sido criado possivelmente com o intuito de atrapalhar ações de bloqueio e posterior confisco dos valores movimentados pelo esquema criminoso, por parte dos órgãos da persecução penal, explicou a PF.

A nota termina explicando que, se condenados, os investigados poderão cumprir pena de até 22 anos de reclusão por prática dos crimes de emissão ilegal de valores mobiliários sem registro prévio, organização criminosa e lavagem de capitais.

Advogada investigada

Segundo a denúncia da Polícia Federal (PF) obtida pelo Portal do Bitcoin no ano passado, a empresária Eliane Medeiros de Lima era uma das responsáveis por fazer remessas para o exterior do dinheiro obtido por Glaidson. Medeiros é a criadora da corretora de criptomoedas CointradeCx, que opera no Brasil desde 2019. Conforme a denúncia, a empresária teria negociado R$ 324 milhões.

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A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa de Eliane, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.

Caso GAS Consultoria

O negócio da GAS Consultoria consistia em oferta de investimentos em supostas operações com criptomoedas cujo rendimento prometido era na casa dos 10% ao mês. A CVM viu indícios de crime contra a economia popular e denunciou a empresa ao Ministério Público que deu andamento no processo.

A GAS Consultoria parou de pagar seus clientes, alegando impossibilidade pelo fato de a Justiça ter ordenado o bloqueio de R$ 38 bilhões em ativos da empresa.A Operação Kryptos foi deflagrada em decorrência de denúncias da CVM e Ministério Público. Em sua primeira batida, encontrou na casa de Glaidson várias malas de dinheiro, carros de luxo, joias e 591 bitcoins.

*Colaborou Wagner Riggs

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