Polícia Federal caça dinheiro da Unick Forex enviado para fora do Brasil, diz jornal

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(Foto: Wikipedia)

A Unick Forex, investigada por esquema de pirâmide financeira, estaria escoando dinheiro por meio de empresas offshore em paraísos fiscais. Uma investigação feita pela polícia federal aponta que possivelmente essas empresas estejam sediadas no Uruguai. A informação é do Jornal Vale dos Sinos.

De acordo o jornal gaúcho, enquanto as desculpas pela falta de pagamento se somam, cúpula da empresa estaria esbanjando mundo a fora.

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Enquanto os investidores esperam, ao menos, receber de volta o valor aplicado na empresa sem a alta remuneração prometida e sequer a correção do dinheiro, os diretores da Unick adquiriram até mesmo um iate luxuoso em Mônaco.

Além do rico país sul europeu, a investigação também mostrou que o dinheiro vindo da Unick teria passado por outros paraísos fiscais tanto na Europa quanto no Caribe.

Segundo a reportagem publicada, a Polícia Federal vem tentado rastrear as supostas remessas bilionárias também para Luxemburgo, Belize e Panamá.

O caso da Unick guarda em suas devidas proporções semelhanças com a InDeal conforme já foi apontado pelo Procurador da República Celso Tres. No entanto, a empresa que iniciou seu negócio em Novo Hamburgo e depois decidiu mudar sua sede para São Leopoldo traz elementos mais complexos.

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Uma pessoa que não quis se identificar e que estaria ligada a investigação falou ao Jornal Vale dos Sinos que além de os sócios da Unick não colocarem nada no nome deles, “as transações fraudulentas são mais sofisticadas e em quantias absurdamente maiores”.

Ela complementa que “descobrir o paradeiro e sequestrar esse patrimônio envolve complexas relações de cooperação internacional”.

Unick Forex de problemas

Se de um lado a alta cúpula da empresa vem esbanjando o dinheiro em paraísos fiscais, de outro se tem a realidade de investidores que temem nunca mais verem seu dinheiro de volta.

Um deles com atraso desde julho, chegou a fazer um vídeo pelo qual ele ameaça tirar a própria vida. De acordo com o vídeo veiculado no Youtube, ele tentou falar com o diretor de marketing, Danter Silva, mas sequer teve resposta.

Esse é apenas um dos casos de clientes lesados pela empresa. No Reclame Aqui há mais de dez mil denúncias feitas nesses últimos três meses contra a Unick.

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A empresa está na 9ª posição do ranking diário entre as empresas com maior número de queixas e que atuam no Brasil.

O aumento dos registros de reclamações em 2019 foi 3.000% em relação ao ano passado. Entre julho e agosto as reclamações duplicaram, por exemplo.

Em busca do dinheiro investido, além das reclamações, os clientes começaram a buscar seus direitos na justiça. Até o momento já foram registrados pelo menos 12 ações.

O Portal do Bitcoin fez um levantamento dos processos que estão correndo contra a Unick e encontrou processos nos estados do Rio Grande do Sul, São Paulo e Amazonas.

Multas, problemas e investigação

A empresa que iniciou prometendo retorno de 1,5% a 3% ao dia sobre os investimentos feitos pelos seus clientes foi proibida pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) a fazer oferta pública de investimentos, mas ainda assim ela continuou a atuar no mercado.

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A Unick após a ameaça de de multas afirmou que não era uma empresa de investimentos. O processo sancionador ainda está em andamento.

A autarquia além de verificar que a Unick Forex estava ofertando publicamente investimentos e captando clientes no Brasil ilegalmente, ainda encontrou indícios de atuação em pirâmide financeira.

Esse fato fez com que o órgão encaminhasse as provas para o Ministério Público Federal no Rio Grande do Sul. E a partir de então, a empresa passou a ser investigada pelo procurador Celso Tres que a comparou com a Telexfree.

A Unick, então, mudou de Forex para Academy. Isso, contudo, não retirou o fato de que o diretor de marketing, Danter Silva, havia antes captado clientes no Brasil para a D9 Club, uma empresa que atuava em esquema de pirâmide.

Com os atrasos nos pagamentos de seus clientes, a empresa resolveu ainda ganhar tempo jogando a culpa desses atrasos na Urpay. Nesse meio tempo, Marcos Prata, do jurídico da Unick, chegou a prometer por meio de vídeo veiculado no Youtube, que a empresa fundaria um banco próprio.

Em meio a crise e sem pagar um centavo aos investidores que cada vez mais vinham ficando mais insatisfeitos, a empresa apresentou como solução a devolução do dinheiro sem qualquer correção e parcelada.

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