A quarta-feira (4) do bilionário Elon Musk segue agitada. Poucas horas após agitar o mercado de NFTs ao colocar um imagem da coleção Bored Apes em seu perfil no Twitter, ele foi convidado pelo Parlamento do Reino Unido para discutir sobre desinformação, proteção aos usuários e liberdade de expressão nas redes sociais.
A solicitação vem após o CEO da Tesla ter anunciado a compra do Twitter por US$ 44 bilhões – embora ainda faltem alguns trâmites burocráticos para a conclusão do negócio.
O convite britânico veio de Julian Knight, deputado que chefia a comissão de digital, cultura, esporte e mídia da Câmara dos Comuns. O político afirma no convite que está interessado em especial em detalhes das ideias de Musk sobre a forma de identificar os usuários com o selo oficial de verificado da plataforma.
“O Comitê tomou nota de sua proposta de aquisição do Twitter e estamos interessados nos desenvolvimentos que você propõe. Em particular, sua intenção de implementar a verificação para todos os usuários ecoa com parte de uma legislação proposta no Reino Unido que busca restaurar a confiança do público nas plataformas digitais”, afirma Knight.
O político britânico aponta que desinformações sobre a pandemia do covid-19 foram um dos motivadores para os legisladores do país pensarem em uma lei que regule o setor.
“Nosso relatório de 2020 sobre desinformação sobre Covid conclui pela maior transparência de bots e contas automatizadas e de spam, ao mesmo tempo que nosso recente relatório sobre segurança online no Reino Unido discutiu maneiras de equilibrar as liberdades civis, como a liberdade de expressão com a necessidade de combater a exploração e o abuso sexual infantil on-line”, diz.
Transparência
Musk vem afirmando que um dos seis principais objetivos no Twitter é coibir a presença de bots e contas anônimas na rede social e qualificar o debate permitindo que o selo de verificado seja acessível a todos.
Antes da compra, o empresário já havia dito diversas vezes acreditar que a rede social deveria ser mais transparente.
“O código do Twitter deveria estar no GitHub para que possa ser avaliado”, afirmou ele em uma entrevista durante a conferência Ted2022, em Vancouver, no Canadá.
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“Apenas acredito que seja importante para o funcionamento da democracia nos Estados Unidos e em outros países. O risco à civilização diminui se pudermos aumentar a confiança no Twitter como uma plataforma pública.”
Musk também acredita que o processo de decidir quem deve ou não ser censurado no Twitter deve ser descentralizado — um ethos que ressoa pela comunidade cripto.
O CEO da Tesla fechou o acordo para aquisição do Twitter no dia 25 de abril. O anúncio da compra da rede social pelo homem mais rico do mundo, dono da fabricante de carros Tesla e da empresa de foguetes Space X, entre outros negócios, foi confirmado em comunicado divulgado pelo próprio Twitter.
O bilionário irá controlar a totalidade da rede social, pagando o valor de US$ $54.20 por ação, em uma transação com valor total de US$44 bilhões – um prêmio de 38% sobre o valor do fechamento registrado no dia primeiro de abril.
No dia 28 de abril, o Twitter divulgou os resultados do primeiro trimestre de 2022, registrando US$ 1,2 bilhão de receita — uma alta de 16% em comparação a 2021 e pouco abaixo da receita estimada de US$ 1,23 bilhão.
Número inflacionado de usuários
Em seu relatório financeiro, o Twitter também revelou um erro em um recurso lançado em 2019, permitindo que usuários conectassem múltiplas contas, o que resultou no informe de números inflacionados de usuários ativos diários e monetizáveis (ou mDAU) de até 1,9 milhão.
Anteriormente, o Twitter havia registrado 216,6 milhões usuários ativos diários para o quarto trimestre de 2021, mas revisou esse número para 214,7 milhões.
“Um erro foi cometido na época e tais ações tomadas pela conta primária fizeram com todas as contas conectadas fossem contabilizadas como mDAU”, afirmou o Twitter. “Isso resultou em um exagero nos mDAU do primeiro trimestre de 2019 ao quarto trimestre de 2021.”
Apesar de o problema datar do primeiro trimestre de 2019, o Twitter só forneceu os números revisados para o quarto trimestre de 2020, citando sua política de retenção de dados.
“Nossas estimativas sugerem que é improvável que os ajustes ao período anterior sejam maiores do que os [ajustes registrados] no quarto trimestre de 2020”, afirmou a empresa.