Imagem da matéria: Os carros usados não param de valorizar; hora de vender?
Foto: Shutterstock

Ter um automóvel próprio é objeto de desejo e objetivo financeiro de muitas pessoas. Tanto dos adolescentes que completam 18 anos e querem seu primeiro carro, quanto das pessoas mais velhas que batalham para tirar o seu primeiro carro zero da concessionária. 

Porém, tirando de lado a questão do desejo, eu afirmo categoricamente que a aquisição historicamente nunca se mostrou financeiramente vantajosa, ao menos até os anos de 2021 e 2022 e é sobre isso que vou escrever para você neste texto.

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Primeiro de tudo, vamos ao clássico das finanças pessoais. Logo que o carro sai da concessionária já conta com uma desvalorização de 10%, na média (essa é uma conta para carros populares — modelos de luxo que têm menor liquidez podem se desvalorizar mais de 30% logo de saída). 

Na sequência, com o passar dos anos, é um bem que acaba se depreciando mais e mais, geralmente 10% ao ano nos primeiros anos, sem falar nos gastos com revisões, manutenção, combustível, eventuais multas, impostos, licenciamento e seguro. 

É claro, contudo, que a decisão de ter um veículo próprio não é apenas financeira e passa por vários aspectos do seu estilo de vida. Pessoas com pets, por exemplo, relatam maior dificuldade em usar serviços de carro por aplicativo, por exemplo. 

Porém, na ParMais, desenvolvemos há alguns anos uma calculadora para ajudar você a tomar a decisão se é mais vantajoso ter um carro próprio ou usar aplicativos.

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Tudo isso dito, a verdade é que toda essa história de que carros não se valorizam caiu por terra nos últimos anos. Dada uma combinação única de gargalos na produção e distribuição de peças graças à crise imposta pelo Covid-19, apreciação cambial e alta demanda, a realidade é que os carros subiram (e muito) de preço no Brasil

Duvida do que estou dizendo? Consulte o valor do seu modelo que tem na sua casa na tabela FIPE e tenha uma grata surpresa.

Então, falando do aspecto financeiro apenas, certamente vender seu carro agora é uma ideia interessante. Afinal, você vai estar se desfazendo de um bem usado com uma bela valorização. Carros populares têm apresentado as maiores altas de preço, o que pode ser mais vantajoso ainda. 

E a tendência, quando superarmos a pandemia é de acomodação e o retorno à realidade de antes, ou seja, carros se desvalorizam com o tempo.

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O problema dessa equação é que os carros zero também subiram muito de preço nos últimos anos, o que significa que trocar o seu usado por um novo não vá fazer tanta diferença assim em relação ao que acontecia nos anos anteriores.

Na prática, o grande ponto a ser abordado nessa questão é: vale a pena você ter seu carro próprio? Minha proposta é que se faça uma avaliação. Tente ficar 15 dias sem usar o automóvel em nenhuma hipótese e veja como você e sua família se sentem em relação a isso.

Caso a mudança de estilo de vida faça sentido para vocês após esse teste, sem dúvida a minha recomendação é que venda. O momento é extremamente oportuno para isso. Porém, se não se sentir bem em viver sem automóvel, sugiro que siga como está. Afinal de contas, o dinheiro tem que nos servir e não nós servimos a ele.

Sobre a autora

Annalisa Blando é planejadora financeira certificada pela Planejar (CFP) e fundadora e CEO da ParMais, a primeira Wealth Management Tech do Brasil. Também é líder do grupo Mulheres do Brasil em Florianópolis.

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