Opinião: Empréstimo compulsório de empresas é roubo
Foto: Shutterstock

O nobre deputado federal Wellington Roberto (PL-PB) apresentou um projeto de lei que cobra parte do lucro das grandes empresas em prol do combate ao Coronavírus. Denominado “empréstimo compulsório”, o ilustríssimo deputado afirma se basear no artigo 148 da Constituição.

Fiquem tranquilos, afinal,  a proposta promete devolver o valor em até quatro anos, a contar do fim da situação de calamidade pública, de acordo com a disponibilidade orçamentária (risos).

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Em trâmite no Congresso

A votação estava prevista para ontem, 22 de abril, porém foi adiada por conta da resistência da própria equipe econômica do governo. Os mais sensatos alegam que isto prejudica a imagem do país e afugenta investidores.

Sejamos honestos, não nos surpreende o fato de surgirem propostas imbecis e inconstitucionais, ou ao menos questionáveis na justiça. Segundo apurou o Jota.Info, menos de 1% das propostas apresentadas no Congresso brasileiro viram lei.

“Pode isso, Arnaldo?”

O que precisamos extrair desta aberração é que vivemos num país socialista, e nem precisa ir muito longe:

Constituição Federal – Fonte: Planalto.gov

Se a saúde, educação e todas essas outras coisas são direitos, do outro lado alguém tem a obrigação. Afinal, os tijolos, médicos, professores, sacos de arroz, policiais, energia, equipamentos e afins não vão cair magicamente do céu.

É por este motivo, o fato de termos uma fundação bastante enraizada no socialismo, que surgem estas declarações bizarras. Arthur Lira, líder do PP de Alagoas, “reforça que a proposta não trata de taxar grandes fortunas, porque é voltada especificamente a empresas” – Folha de SP.

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Empresários, esses crápulas

Na cabeça desse político, e provavelmente da maior parte da população, empresas são entidades especiais, um CNPJ apenas. Não é falta de estudo ou conhecimento técnico, e sim uma abstração criada após anos de lavagem cerebral da doutrina socialista, na qual o empresário é um vilão.

Não custa lembrar que o próprio Estado é majoritário de diversas empresas e bancos, além de ser dono de uma fatia relevante de empresas inclusive listadas na Bolsa de Valores através do BNDES e paraestatais.

Conclusão

O risco Brasil é bem fácil de ser acompanhado, e afeta sua vida, queira você ou não. Basta olhar a cotação do Dólar em nossa moeda local. Ao invés de analisar gráficos ou ler textos de especialistas em câmbio, faça uma pergunta a si mesmo: quais as chances de leis como esta irem adiante no atual cenário?

Se, assim como eu, você acha que estamos à beira de um colapso na confiança do sistema, com quebras de contrato, “empréstimos” forçados, tabelamento de preços, risco de endividamento desenfreado do governo ou similar, compre OURO ou BITCOIN. No mínimo, busque ativos cotados em moeda forte, longe das garras do governo.

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Sobre o autor

Marcel Pechman atuou como trader por 18 anos nos bancos UBS, Deutsche e Safra. Desde maio de 2017, faz arbitragem e trading de criptomoedas, além de ser cofundador do site de análise de criptos RadarBTC.

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