O que é o Arrow Glacier, a mais nova atualização da rede Ethereum

Arrow Glacier pode adiar a “bomba de dificuldade” até o lançamento da Ethereum 2.0
Imagem da matéria: O que é o Arrow Glacier, a mais nova atualização da rede Ethereum

Foto: Shutterstock

Há alguns meses, desenvolvedores da Ethereum estavam pedindo para que usuários atualizassem seus nós (os dispositivos que executam o software da rede e geralmente armazenam o registro imutável de transações).

Estão fazendo esse pedido novamente para, desta vez, adiar a chamada “bomba de dificuldade” (uma tarefa periódica que se tornará obsoleta após a Ethereum 2.0 entrar em vigor e a rede migrar para um modelo de consenso proof of stake que se afasta da mineração cripto).

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Diferentemente da bifurcação (ou “hard fork”) London, que mudou a estrutura de taxas da Ethereum e apresentou uma pressão deflacionária à rede, a atualização Arrow Glacer, prevista para esta semana, não é tão drástica.

Na verdade, não é tão cheia de aventuras como Altair, a atualização de outubro que preparou o Beacon Chain (o ponto de partida para a migração da Ethereum ao proof of stake).

O único papel da Arrow Glacier é impedir que a bomba seja ativada e dá aos desenvolvedores mais tempo para migrar a rede para a Ethereum 2.0. Sem a atualização, a rede, da forma como está, pode se tornar menos utilizável.

A bomba está acionada desde 2015, quando desenvolvedores começaram a criar a rede Ethereum.

Rede Ethereum e a bomba da dificuldade

Os criadores da rede esperam ir além do mecanismo de consenso proof of work (PoW) do protocolo Bitcoin, que incentiva que pessoas contribuam poder computacional para operar e assegurar a rede ao conceder moedas recém-emitidas.

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PoW cria uma corrida armamentista para ainda mais poder computacional que não é bom para o meio ambiente nem para a tralha na garagem das pessoas, que é o porquê de a rede Ethereum estar migrando para o proof of stake (PoS).

Nesse design, detentores da moeda podem bloquear seus ethers à rede para assegurar o blockchain. Em troca, recebem ethers recém-emitidos em proporção à sua contribuição, mesmo se não tiverem o hardware mais avançado.

Inicialmente sabendo que queriam afastar a Ethereum do PoW, desenvolvedores codificaram um incentivo dentro do blockchain para garantir que fariam a migração.

Essa codificação, conhecida como bomba de dificuldade, dificulta que pessoas minerem ether e desacelera a rede enquanto esta ainda depende do PoW.

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Apesar de a bifurcação London, em agosto, ter adiado a detonação até dezembro (assim como as atualizações anteriores), desenvolvedores voltaram para adiá-la novamente.

A esperança é que, em breve, essas atualizações sejam desnecessárias.

Na semana passada, Tim Beiko, que coordena os principais desenvolvedores da rede, afirmou: “Esperamos que esta seja a última vez que a bomba de dificuldade é adiada antes da transição da Ethereum para o proof of stake!”.

*Traduzido e editado por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.