Imagem da matéria: O alerta da Igreja Universal sobre o Bitcoin: "Marca da Besta"
Trecho do vídeo postado por Edir Macedo sobre o bitcoin (Foto: Reprodução/Youtube)

O criador da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), Edir Macedo, postou nesta quinta-feira (22) uma mensagem em seu canal no Youtube no qual relacionou o Bitcoin a Satanás e ao totalitarismo — talvez o maior FUD religioso da história da criptomoeda.

Intitulado “Blockchain, Bitcoin e a marca da besta!”, o vídeo (veja abaixo) é um tipo de narrativa documental que mistura conceitos sobre bitcoin, blockchain, IA e faz constantes menções ao mistério em torno de Satoshi Nakamoto.

Publicidade

Apesar de alguns erros conceituais e de um tom de teoria da conspiração inicial, o episódio transcorre sem grandes críticas e com uma explicação da história das criptomoedas e de como funciona o sistema descentralizado. Porém, depois de quase 12 minutos, a narrativa se inverte totalmente:

“Enquanto o blockchain está sendo conhecido como algo descentralizado, que significa que não está sob controle de ninguém, ele está sendo desenvolvido e implementado por um grupo de pessoas que possuem um acesso ao sistema de maneira que os usuários normais não possuem”.

Em seguida, o vídeo diz que o número de pessoas que controlam a blockhain do Bitcoin é até menor que os que controlam os bancos. “Aqui é onde a Inteligência artificial está sendo promovida como a resposta para qualquer falha”, explica o narrador.

Na sequência, há um corte de encadeamento — e de lógica —, no qual é explicado que se a tecnologia blockchain pode ser usada para deduzir impostos, então alguém poderia cometer abusos.

Publicidade

Bitcoin, o plano de Satanás

“Isto é exatamente o que o plano de Satanás e a marca da Besta envolve [sic]”, diz o narrador enquanto a imagem mostrada é a de uma moeda de Bitcoin.

O plano, conforme o vídeo, é que estamos sendo encurralados a colocar a confiança no sistema do Homem no lugar de colocá-la em Deus.

“De fato essa tecnologia está nos encorando a eliminar o conceito de confiança e fé e trocá-lo por uma simples aceitação humana de registro de dados desprovidos de qualquer elemento moral. Estamos sendo encorajados a nos livrarmos dos bancos e governos, mas que vai nos levar para o maior sistema totalitário da história do planeta”.

Conforme a pregação vai chegando ao final, as críticas ao Bitcoin vão aumentando até culminar com a acusação total:

“Satanás sempre manipulou a raça humana para entregar para ele mais poder e controle simplesmente apelando para nossa cobiça. A tecnologia blockchain e bitcoin só são o cavalo de Tróia da última geração. Será que esta tal presente para o mundo não é somente parte das finais preparações de Satanás para se manifestar como o Deus deste mundo?”, alerta o narrador.

Publicidade

Embora Edir Macedo não apareça no vídeo, ele comentou em uma live no Instagram que lançaria o programa em seu canal no Youtube. A motivação para o ataque à tecnologia não está clara.

Recentemente, o site Intercept mostrou em uma reportagem que a Universal quebrou o sigilo bancário de pastores que estavam investindo na Gas Consuloria Bitcoin.

Veja o vídeo completo:

VOCÊ PODE GOSTAR
homem segura com duas mãos uma piramide de dinheiro

CVM multa pirâmide cripto BlueBenx e seu fundador em R$ 1 milhão

A Bluebenx e seu dono, Roberto Cardassi, foram considerados culpados pela oferta pública de valores mobiliários sem registro
Imagem da matéria: Governo irá derrubar cerca de 600 bets: "Saquem agora", aconselha Haddad

Governo irá derrubar cerca de 600 bets: “Saquem agora”, aconselha Haddad

“Do mesmo jeito que o X saiu do ar, essas empresas devem sair também, por falta de adequação à legislação”, afirmou Haddad
Símbolo do Bitcoin fisgado em um anzol

Polícia indicia golpista que perdeu R$ 400 mil de vítimas com “criptomoedas que faliram”

Homem arrecadava grandes somas de clientes com a promessa de retornos de até 8% ao mês; “foge dos parâmetros”, afirma delegado
Moeda de bitcoin sob base de martelo de juiz

CVM julga hoje Bluebenx, pirâmide com criptomoedas que deixou prejuízo de R$ 160 milhões

Relatório se concentra em oferta pública de distribuição de valores mobiliários sem a obtenção do registro no órgão regulador