As criptomoedas também não podem ser caminho para lavagem de dinheiro, disse Goldfajn.
Ilan Goldfajn após reunião no Senado (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Antes de deixar o cargo de presidente do Banco Central do Brasil (BC) para dar lugar a Roberto Campos Neto, o diretor do banco Santander escolhido pelo presidente eleito Jair Bolsonaro, o economista Ilan Goldfajn voltou a atacar as criptomoedas.

De acordo com uma publicação do Estadão na semana passada, Goldfajn disse que as criptomoedas preocupam o órgão porque elas não têm lastro e, portanto, não possui garantias por nenhuma instituição governamental.

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“Desde o nosso alerta no ano passado, as criptomoedas desvalorizaram em 60%. As criptomoedas também não podem ser caminho para lavagem de dinheiro”, disse o presidente.

Em dezembro do ano passado, Goldfajn havia dito que as criptomoedas eram uma típica bolha e pirâmide. Mais tarde, em abril, ele baixou virulência das críticas ao Bitcoin e o classificou apenas como “um ativo arriscado”.

A fala foi durante sua participação num spread bancário promovido pela Febraban em São Paulo. Bem mais ameno e, em alguns pontos, elogiando a criptomoeda, o presidente disse na ocasião:

“O Bitcoin tem uma tecnologia por trás, o Blockchain, que tem tido sucesso. É uma inovação que deve ser incentivada”.

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Naquele momento ele também afirmou que o bitcoin não poderia ser tratado como moeda por causa da alta flutuação e da falta de um banco central por trás como garantia.

“O Bitcoin não é uma moeda, é um ativo. Quem está investindo tem que saber que é arriscado”.

Ao mesmo tempo em que alertava, o executivo também condenava a imprudência de pessoas que arriscam tudo num mercado novo e volátil.

Goldfajn usou como exemplo o risco que alguns americanos estavam entrando na época ao hipotecar suas casas para investir em bitcoin.

“Não é o que eu chamaria de prudente”.

Saída da presidência do BC

Sobre a não permanência na presidência do Banco Central, Ilan Goldfajn relatou que a decisão veio por razões pessoais e preferiu não revelar.

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“Venho do setor privado e resolvi retornar às origens. Se houvesse um mandato fixo para o BC, talvez essas questões pessoais não se colocassem”, disse Goldfajn em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado.

O presidente disse que várias mudanças simultâneas não é saudável para a sociedade e que a autonomia sugerida por ele não se refere a poder fazer tudo o que quiser, mas é um política que poderia promover metas.

“Dos maiores 40 bancos centrais do mundo, o Brasil é o único que não tem autonomia”, concluiu.

Projeto que inclui autonomia do BC será votado em 2019

Um projeto que visa a autonomia do Banco Central do Brasil está em trâmite na Câmara dos Deputados. No entanto ele só deve ser posto em votação no início do ano que vem, diz o Estadão.

Caso seja aprovado, a liberdade dentro da instituição tão almejada por Goldfajn, ficará a deleite do seu substituto.


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